A lenda do “Cavalo Perdido” é uma das histórias folclóricas mais intrigantes e misteriosas da cidade gaúcha de Rio Grande. Esta narrativa, enraizada no imaginário popular da região, tem sido passada de geração em geração, envolvendo sempre o mistério de um cavalo branco que aparece nas estradas e campos, especialmente durante as noites escuras e solitárias.
Diz a lenda que, em noites de lua cheia, um esplêndido cavalo branco surge do nada, galopando silenciosamente pelas paisagens desertas de Rio Grande. Seu pelo brilha à luz da lua, criando uma visão ao mesmo tempo bela e fantasmagórica. Muitos moradores locais e viajantes alegam ter avistado este cavalo, descrevendo-o como um animal de porte majestoso e olhos penetrantes, que parecem carregar uma sabedoria ancestral.
Diz-se também que em certas ocasiões, as pessoas que viajam por estradas remotas ou em áreas rurais próximas à cidade de Rio Grande, como Taim, Vila da Quinta, Domingos Petroline, Ilhas dos Marinheiros, Ilha da Torotama etc, testemunharam a aparição de um cavalo branco correndo livremente. A criatura misteriosa não parece ter dono e não é possível identificar suas origens. Alguns relatos afirmam que o cavalo parece estar perdido, procurando por seu dono ou seu lugar de origem.
A história do Cavalo Perdido é envolta em várias teorias e suposições. Alguns acreditam que ele é o espírito de um cavalo que pertencia a um antigo estancieiro, perdido durante uma tempestade devastadora. Dizem que o cavalo, incapaz de encontrar seu caminho de volta, continua vagando pelos campos, procurando eternamente por seu lar e seu dono. Outros sugerem que o cavalo é um guardião espiritual, destinado a proteger as almas dos viajantes solitários e dos moradores, guiando-os em segurança através da escuridão da noite.
Os relatos sobre o cavalo perdido variam, mas todos compartilham um elemento comum: o sentimento de fascinação e respeito que ele inspira. Aqueles que têm a sorte (ou o azar, dependendo do ponto de vista) de cruzar com o cavalo branco, frequentemente descrevem uma sensação de paz e tranquilidade, embora acompanhada de um arrepio na espinha, como se estivessem na presença de algo sobrenatural.
No entanto, há também aqueles que veem o cavalo como um presságio de mau agouro. Segundo algumas versões da lenda, avistar o Cavalo Perdido pode significar a chegada de uma tragédia ou um infortúnio. Por isso, muitos moradores evitam sair à noite, especialmente durante as noites sem lua, temendo encontrar-se com este enigmático ser.
Independentemente das diferentes interpretações, a lenda do Cavalo Perdido continua a ser uma parte vital da cultura e do folclore da cidade de Rio Grande. Ela é contada e recontada em rodas de chimarrão, nas escolas e nas famílias, mantendo viva a rica tradição oral da região. É uma história que, como o próprio cavalo, parece estar eternamente em movimento, galopando pelo tempo e pelo espaço, alimentando a imaginação e o espírito dos que habitam e visitam essa terra misteriosa e encantadora.
Adair Rocha é tradicionalista, declamador e líder com experiência na preservação e promoção da cultura gaúcha. Sua jornada incluiu a subcoordenadoria da 1ª Região Tradicionalista em Alvorada, onde coordenou e apoiou iniciativas tradicionalistas, fortalecendo os laços culturais na comunidade.
Como comunicador de rádio, envolveu-se na difusão da cultura gaúcha, compartilhando histórias, músicas e eventos relevantes para a comunidade tradicionalista.
Como patrão do CTG Amaranto Pereira por quatro anos, liderou e desempenhou papel crucial na organização de eventos, promoção de atividades culturais e na representação da entidade. Atualmente é conselheiro na Fundação Cultural Gaúcha do MTG/RS.