O machismo no futebol é uma realidade e se engana quem acredita que se trata de mera ilusão. Preconceitos contra as mulheres são reais e no esporte é possível, também, observar esta constante. Mesmo com toda mídia em torno do esporte atualmente, ainda assim vivenciamos estes problemas de descaso com o empoderamento da mulher. O futebol tem nos dado exemplos reais de como o esporte pode se tornar mais uma ferramenta para o ataque de machistas. E a mídia tem sua parcela de responsabilidade sobre isto.
Porque as conquistas históricas do futebol feminino o não saem na mídia? Tudo nos leva a crer que é por causa também do machismo.
No país do futebol, e agora mais do que nunca, a mídia brasileira ainda coloca a mulher como “BELA , RECATADA e do LAR”, querendo delimitar os espaços que a mulher pode ocupar na sociedade machista , patriarcal e conservadora que nosso país insiste em ostentar.
_ “Tu viu quem vai apitar hoje?”
_” Bah! Aquela bandeirinha não sabe nem o que é impedimento.”
Você já ouviu isso? Pois é! No esporte mais querido do país isso é rotina.
No começo dos anos dois mil tivemos uma auxiliar chamada Ana Paula Oliveira que chegou a apitar grandes jogos no Brasil como semi final de libertadores, finais do Brasileiro e Copa do Brasil.
Ana sentiu na pele o machismo praticado dentro do mundo esportivo. Em 2007 resolveu posar nua em uma revista masculina, daí em diante sua carreira só declinou.
Passou a participar apenas de jogos festivos, até que abandonou a carreira dentro dos campos. Uma lástima.
Mas isso não se resume às “senhoras do apito”.
Meninas que gostam deste esporte, cada vez mais sofrem este tipo de “pré conceito”, que se estende ainda para o lado homofóbico.
-“Uma guria jogando?”
-“Futebol é pra homem!”
-“Aquela mulher joga como homem!”
Frases como estas, demonstram o quanto nossa sociedade ainda é machista e homofóbica.
O tratamento que ainda se dá ao futebol feminino é a prova inequívoca disto. Terrível! Surgem, então, questões óbvias que precisam ser abordadas.
Por que uma mulher joga futebol ela é homossexual? E se ela for? Algum problema?
O esporte é para todos e dele se abstrai o bem comum. Isso já bastaria para não existir preconceitos, porém uma sociedade conservadora como a que temos, nos impede de podermos democratizar nossos sentimentos e isto é frustrante!
LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER!
Com uma visão muito particular, nossa sociedade fecha os olhos para estas práticas e se recusa a amadurecer o debate anti machista e anti homofóbico no círculo esportivo brasileiro e, desta forma, o futebol feminino é que (também) perde.
Perde talentos, perde profissionais gabaritadas mas,principalmente, perde pessoas.
Independentemente de opiniões, o machismo é real dentro do futebol. Só não percebe quem não quer. E pior, só não age contra quem não quer.