De acordo com a Polícia Federal (PF) gaúcha, um homem foi detido em Porto Alegre durante operação “Glasnost” deflagrada nesta terça-feira (19) em 11 estados brasileiros no combate à pedofilia. Ele foi preso em flagrante com imagens de pornografia infantil. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na Capital.
O Rio Grande do Sul é um dos alvos da ofensiva que ocorre também em Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a PF, a operação é resultado de dois anos de investigação, que identificou quase uma centena de brasileiros envolvidos na produção e no compartilhamento de imagens relacionadas à exploração sexual de crianças e adolescentes na internet.
Os investigados compartilhavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até de bebês, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para seus contatos no Brasil e no exterior. Entre os alvos da operação há pessoas de várias idades e profissões, incluindo um policial militar, um oficial da Aeronáutica, um chefe de grupo de escoteiros e vários professores.
Entre os suspeitos já foram identificados três abusadores sexuais. Um deles abusava da própria filha, de apenas cinco anos de idade, e compartilhava imagens na internet com outros pedófilos ao redor do mundo. Ainda conforme a PF, ao longo dos 24 meses de investigações, em todos os casos em que foram identificados abusadores, foram tomadas providências imediatas, a fim de que os abusos fossem prontamente interrompidos.
Uma equipe de agentes que atuam na Glasnost também identificou brasileiros residentes nos Estados Unidos. Eles estão sendo investigados com a colaboração do FBI. Outros 200 suspeitos continuam sob investigação.
Cerca de 400 agentes participam para cumprir cerca de 80 mandados de busca e apreensão, além de 20 medidas de condução coercitiva e pelo menos um mandado de prisão preventiva. Todo o material coletado durante o cumprimento dos mandados de busca será periciado e analisado a fim de que sejam identificados abusadores e produtores de material pornográfico infanto-juvenil, podendo servir ainda de base para o início de novas investigações.
O nome da operação, “Glasnost”, é um referência ao termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo
Fonte: Correio do Povo