Operação Depuração: Advogada e ex-policial militar seguem foragidos

Delegado e dois policiais civis foram presos acusados de receber propina durante registro de flagrantes na DPPA

Coletiva ocorreu nesta manhã na sede do Ministério Público | Foto: Jonathas Costa / OA

O Ministério Público do Rio Grande do Sul e a Polícia Civil consideram foragidos a advogada e o ex-policia militar alvos da Operação Depuração, deflagrada na manhã desta quinta-feira (16) em Alvorada e Porto Alegre.

A ação prendeu um delegado da Polícia Civil, três policiais e um comparsa, todos com atuação da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Alvorada. O grupo é acusado de receber propina durante o registro do flagrante e da liberação de presos mediante pagamento da fiança. O delegado determinava o valor da fiança a ser paga para a liberação do preso em valores acima do exigido por lei. A diferença era repartida entre os integrantes da quadrilha.

Os nomes dos presos e dos foragidos não foram divulgados. O delegado tem cinco anos de carreira dentro da Polícia e um dos dois agentes presos é uma mulher.

Segundo os investigadores, a advogada abordava os presos nas celas ou seus famílias do lado de fora da delegacia com a ajuda do ex-PM. O delegado plantonista era o responsável por fixar os valores das fianças. A negociação acontecia no balcão da DPPA.

Para o Promotor de Justiça de Alvorada Marcelo Tubino, a investigação conseguiu reunir farto material para provar a participação dos acusados nos crimes de concussão, organização criminosa, violação de sigilo profissional e usurpação da função pública.

Os familiares de alguns detidos chegavam a fazer “vaquinha” para poder arcar com a cobranças de valores.

“As abordagens ocorriam na Delegacia, começavam na repartição e se estendiam até a rua, inclusive ocorrendo na casa de familiares de presos. Temos relatos de que alguns parentes chegaram a juntar dinheiro para poder bancar a cobranças de valores. O pagamento tinha um local que era determinado pelos agentes criminosos”, explicou Tubino.

A cada plantão – são realizados em média dois por semana – estima-se o lucro de R$ 2 mil a R$ 5 mil. Se condenados, os acusados poderão condenados de sete anos e seis meses a 23 anos de reclusão, além de multa e perda do cargo público.

Confira a íntegra da entrevista coletiva:

Fonte: O Alvoradense