Operação Quixarás passa por Alvorada no combate a crimes de extorsão, associação criminosa e incêndio

Polícia Civil cumpriu mandados no em cidades gaúchas e no Ceará

A Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos / Deic, deflagrou a Operação Quixarás nesta quarta-feira (30). O objetivo foi reprimir a prática de crimes de extorsão, associação criminosa, incêndio criminoso e outros crimes, além da captura de foragido. Os fatos vinham ocorrendo no Estado desde o ano de 2020.

A operação foi executada no Rio Grande do Sul e Ceará, onde policiais civis gaúchos, com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Polícia Civil do Ceará, cumpriram o mandado de prisão do principal alvo. Ao todo foram três mandados de prisão preventiva, oito de busca e apreensão em Alvorada, Cachoeirinha, Fortaleza/CE e Quixeramobim/CE.

Em Fortaleza/CE, o alvo principal foi preso na manhã de terça-feira (29), enquanto deixava um hotel em que estava hospedado. Com ele foi apreendido um veículo que apresentava no painel uma placa de Oficial de Justiça Federal e adesivo de advogado.

Na sequência, a ação visou a prisão do alvo cearense, que foi capturado em uma casa do bairro Jangurussu. Nesses locais, diversos cartões fraudados foram apreendidos, bem como celulares e documentos falsificados. Seu papel, segundo a investigação, era fazer os contatos de extorsão.

Já em Porto Alegre, no final do mesmo dia, foi capturado outro alvo na FreeWay, apontado como o elo entre o núcleo gaúcho e o núcleo cearense. As buscas foram executadas na sequência, sendo que em um dos imóveis relacionados a ele foram apreendidas duas pistolas, calibres 9mm e 380, um boné com o emblema da Polícia Federal, além de outros acessórios para arma de fogo. Em outro endereço foram apreendidos R$ 51 mil, documentos e comprovantes bancários.

O fato principal é o relacionado à extorsão e ao incêndio criminoso, ocorridos entre 27 e 31 de março de 2021. As vítimas de extorsão compõem uma Banca de Advogados que atua no Rio Grande do Sul, que teve a sede incendiada. Utilizando-se de diversos argumentos como ameaça, inclusive de que faziam parte de facção criminosa com origem de São Paulo, os criminosos foram pagos, por extorsão, com transferências via PIX.

A investigação também apurou como o grupo criminoso conseguiu acessar dados relacionados às vítimas, como locais de moradia, vínculos familiares e telefones celulares atuais. A conclusão da investigação, até agora, foi a de que, por meio de serviços acessíveis pela rede mundial de computadores e contratação de serviços em sites especializados, o grupo conseguiu obter dados relevantes para implementar as extorsões.

Foram várias as extorsões e em fevereiro de 2021 um comerciante de Alvorada foi acusado de delatar às autoridades policiais os membros pertencentes à facção criminosa, que teriam falsificado uniformes da Polícia Civil. Para não sofrer represálias, o proprietário da loja teria que pagar valores.

A investigação conseguiu identificar ainda que um dos responsáveis pelo incêndio criminoso da banca de advogados, segundo os próprios investigados e autores das extorsões, foi morto em Alvorada, na noite seguinte ao crime.