Operação Turrim passa por Alvorada

Mais de 50 pessoas são presas em operação conjunta do Ministério Público e Polícias Civis gaúcha e catarinense

Foto: Policia Civil / Divulgação / OA

Foi deflagrada nesta terça-feira (29) a Operação Policial Turrim, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa armada interestadual, com prisões, bloqueio de contas bancárias, sequestro de veículos de luxo e apreensão de bens e valores em espécie, visando à descapitalização do grupo criminoso. O trabalho foi realizado pela Polícia Civil gaúcha, através da 2° Delegacia de Investigações do Narcotráfico (2ªDIN/Denarc) e da Delegacia de Polícia de Torres, em ação conjunta com o Ministério Público do RS e Polícia Civil de Santa Catarina.

Aproximadamente 250 policiais civis da PC/RS participaram da ação. Foram executadas 140 medidas cautelares, entre prisões preventivas, temporárias, buscas e apreensões domiciliares, sequestro de veículos, uso provisório como viaturas descaracterizadas e bloqueios de contas bancárias em dois Estados e 18 municípios, entre eles Alvorada.

A ofensiva policial teve 53 pessoas presas, 43 armas apreendidas e 24 bloqueios de contas bancárias. Também foram apreendidos carros de luxo, drogas, munições, celulares e dinheiro.

Dentre os alvos de prisão preventiva, estão um advogado criminalista, um ex-policial militar e dois empresários, que são irmãos. Ao todo são 65 mandados de prisão, que estão sendo cumpridos simultaneamente em

Alvorada, Cachoeirinha, Campo Bom, Capão da Canoa, Estância Velha, Lajeado, Mampituba, Morrinhos do Sul, Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Leopoldo, Torres, Três Cachoeiras e Viamão (RS); e em Araranguá, Passo de Torres, Praia Grande e São João do Sul (SC).

Cumprimento de ordens judiciais

Na operação foram combatidos delitos de tráfico de drogas, associação para o tráfico, associação criminosa armada, homicídios qualificados (pelo menos cinco casos consumados), porte ilegal de munições e armas de fogo, posse irregular de armas de fogo e corrupção de menores.

De acordo com os delegados Rafael Delvalhas Liedtke, titular da 2ªDIN/Denarc, e Marcos Vinicius Muniz Veloso, titular da DP/Torres, as investigações iniciaram há mais de 12 meses, quando os policiais civis efetuaram o cumprimento de mandado de busca e apreensão no interior de cela de detento de alta periculosidade na Penitenciária Estadual de Montenegro.

A partir dessa diligência, com autorização judicial em cautelar, as investigações demonstraram a existência de uma associação criminosa armada e bem estruturada, especializada nos crimes de tráfico de drogas, homicídios qualificados e porte ilegal de munições e armas de fogo, com base em Torres e arredores (Mampituba, Três Cachoeiras e Morrinhos do Sul), mas com ramificações também em Santa Catarina (Passo de Torres, Praia Grande, Araranguá e São João do Sul).

Conforme o apurado, dois dos principais alvos da ofensiva policial deflagrada hoje (empresários do ramo imobiliário e de gastronomia) exerciam funções de liderança no grupo criminoso, tendo ocorrido execuções de desafetos e de traficantes de facção rival, justamente com o intuito de monopolizar a venda de entorpecentes na região litorânea gaúcha.

Arma apreendida durante a ação

Com os lucros obtidos com as drogas, essas lideranças, na posse das maiores quantias, sustentavam vidas de luxo, adquirindo veículos de alto valor, residindo em apartamentos de luxo próximo ao mar, além de gastos com viagens e compras de terrenos e imóveis. Os participantes que já estavam presos, utilizavam os lucros para obter regalias.

Um dos principais alvos da operação, considerado o “gerente” do grupo criminoso, já estava preso na Penitenciária Modulada de Montenegro. Ele tem 34 anos, com antecedentes por homicídio qualificado (seis indiciamentos); associação para o tráfico de drogas; associação criminosa (três vezes); coação no curso do processo; corrupção de menores; furto qualificado (cinco) e ameaça (duas). Mesmo estando preso foi executado novo mandado de prisão preventiva relativa à esta nova investigação. Disque-Denúncia do Denarc 08000 518 518.

Fonte: Polícia Civil RS