Organização criminosa que aplicava “golpe dos nudes” é desarticulada

Operação Cantina contou com ação da Polícia Civil gaúcha e catarinense

Foto: PCRS / Divulgação / OA

Nesta segunda-feira (29) a Operação Cantina, deflagrada pela Polícia Civil gaúcha com o apoio da de Santa Catarina, desarticulou uma organização criminosa interestadual que praticava crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo, extorsões e corrupção de menores. A quadrilha praticava, ainda, extorsões através do conhecido “golpe dos nudes”, utilizando parte do dinheiro em cantinas de prisões.

A operação policial ocorreu simultaneamente no Rio Grande do Sul, nas cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Imbé, Porto Alegre, Tramandaí e Viamão; e em Florianópolis, capital de Santa Catarina.

Ao todo foram cumpridos 102 ordens judiciais, 33 pessoas presas e houve apreensão de veículos, armas de fogo, munições, dinheiro em espécie, entre outros bens. A operação contou com 150 policiais civis dos dois estados e com o apoio aéreo do helicóptero da Polícia Civil gaúcha.

As investigações iniciaram há 11 meses com uma prisão em flagrante em Cachoeirinha. Com o suspeito foi apreendida uma pistola Taurus, G2c, calibre.9mm e um veículo Mercedes-Benz, avaliado em R$160 mil. A partir daí, foi constatada a existência de uma organização criminosa muito bem estruturada, especializada nestes delitos, com base nas zonas leste e sul da capital gaúcha e com ramificações em Santa Catarina.

Conforme apurado, um dos líderes da organização é um dos braços de uma das facções criminosas de maior atuação no RS e já esteve preso em presídios da Capital, onde exerceu a função de cantineiro e fez diversos contatos com membros de facções. Em liberdade e através dos contatos, arregimentava outros criminosos, geralmente recolhidos, pra ajudarem no golpe dos nudes.

Golpe

O grupo entrava em contato com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, as lideranças iniciavam uma série de extorsões, passando-se inclusive por delegados da polícia gaúcha.

A segunda etapa do esquema era receber o dinheiro das extorsões por terceiros, também membros da organização, que dividiam os lucros entre laranjas, até que o dinheiro voltasse para os líderes, sustentando luxos deles e da família; e também para regalias aos que permaneciam presos. Além disso, parte do lucro da organização criminosa retroalimentava o tráfico de drogas e de armas.