Cinco anos após alagamento histórico, dique no Arroio Feijó está longe de sair do papel

Alvorada e Porto Alegre preparam sistema de proteção contra as cheias desde 2015

Foto: Jonathas Costa / OA

A cada nova temporada de chuvas a cidade convive com o risco de enchente. A última grande cheia, ocorrida em 2015, não deixou somente parte do município sob as águas do arroio Feijó, como também toda a população sem abastecimento da Corsan por uma semana.

Essa situação faz com que a comunidade, a cada ano, exija solução para o problema e a Prefeitura, há muito tempo, busca ações que possam minimizar a ação das águas que invadem a cidade.

Alvorada e Porto Alegre, que sofrem pela falta de um sistema de proteção contra as cheias completo, estão incluídos no PAC Prevenção do Governo Federal, destinado a desastres naturais.

As ações iniciaram em 2015, quando houve audiências públicas envolvendo os dois municípios, além do grupo de trabalho da Metroplan e Comitê da Bacia do Gravataí, Ministério Público e empresa executora do estudo de concepção.

Na ocasião foi desenvolvido um estudo de macrodrenagem na região dos arroios Feijó, Águas Belas e São João, rio Gravataí e bacia Santo Agostinho, em Porto Alegre, que concluíram que o valor total necessário para o sistema de concepção contra cheias nestas bacias chegava R$ 1bi 230mi.

Contudo, os recursos do Ministério das Cidades destinados à Metroplan, realizadora da obra, até aquele momento, era de R$ 228 milhões.

Quem salienta que a verba não foi destinada somente a Alvorada é o engenheiro Marco Aurélio Martins Neto, representante técnico da Prefeitura de Alvorada junto ao grupo de acompanhamento das questões pertinente às obras de estudos e prevenção contra cheias, na Metroplan.

Durante live em rede social da Prefeitura de Alvorada, informou que já foram realizados os estudo de impacto ambiental e encaminhados para licenciamento junto à Fepan. Disse ainda que a Metroplan, também uma entidade estadual, está elaborando um termo de referência para contratação de projeto executivo.

Salienta, ainda, que os órgãos controladores da União pediram detalhamento específicos dos projetos para a liberação de todo o recurso necessário, e que estes estão sendo elaborado pela Metroplan. “Com o uso dos recursos já gravados, deve atingir o maior trecho de Alvorada”.

Contudo, lembra que a obra vai muito além do dique, sendo este um dos equipamentos necessários para que o sistema funcione. Além do dique principal, serão necessários diques secundários, estações de bombeamento e bacias de amortecimento

Metroplan

O alvoradense Dilson Rui Pila da Silva, diretor do Departamento de Incentivo ao Desenvolvimento da Metroplan, reitera ser esta uma obra muito cara, com grande impacto social e ambiental.

Contudo observa que o processo ainda não está na Fepam, pois foi devolvido por falta de documentos, a carta de anuência que deve ser dada pelos municípios envolvidos.

“Quero crer que em 10 dias já esteja de volta à Fepam e em seis meses liberado. Assim poderemos iniciar a fase operativa”, avalia o diretor.