Para o PSOL é necessário acabar com a alternância de poder dos mesmos em Alvorada

Paulo Roberto Batista, presidente municipal do partido, acredita que a composição da candidatura ilustra o que será um governo altamente representativo

Foto: Divulgação / OA

Seguimos o especial de entrevistas com os presidentes municipais dos partidos em Alvorada. Hoje O Alvoradense entrevista Paulo Roberto Batista, presidente municipal do PSOL, partido que tem como pré-candidato, Alceu Junior, o Junior Caminhoneiro.

Como o atual cenário político da cidade impactou ou impacta na escolha do candidato?

Paulo Roberto: O atual cenário político na cidade de Alvorada é a alternância no poder sempre dos mesmos e as mesmas alianças entre partidos que se digladiam politicamente e se aliam conforme os interesses. Enquanto isso, a periferia e os trabalhadores são excluídos das políticas públicas e não se apresenta um projeto de emancipação das pessoas que mais precisam. Diante disso, entendemos que o povo tem que se apropriar da política, tem que pensar a cidade a partir dos seus interesses e contrapor os políticos tradicionais e de direita de Alvorada. Pensamos em ser uma alternativa ao continuísmo que se intercala no poder e à direita retrógrada representantes do que obscurantismo aqui na cidade.

Como está a mobilização interna do partido pela escolha do candidato? O candidato já foi escolhido? Quais os apoios (partidos) desta pré-candidatura?

Paulo Roberto: Nosso partido é pequeno numericamente e buscamos com transparência ouvir e dar voz a todas as forças internas. Vimos de um processo de mais de ano de conversas e construções internas. Depois de amadurecermos as posições antagônicas internamente, optamos por candidatura própria e firmamos a frente Socialista com o PCB.

Qual o impacto que a mudança das datas referentes à eleição terá no processo de convenção e de campanha para seu partido?

Paulo Roberto: O processo eleitoral neste ano é atípico para todos. Não temos poder econômico como os partidos da “ordem”, no entanto, queremos usar os meios possíveis para fazer o debate necessário na cidade e levar nossa mensagem e nosso programa para a população.

O partido trará um candidato com quais qualidades?  Qual é a aposta do partido com seu candidato? A preferência do partido nessa eleição será por um candidato “novo” ou um mais experiente?

Paulo Roberto: Nossa candidatura é a única novidade entre os candidatos. Nunca estivemos no poder e nos caracterizamos sempre por uma oposição pela “esquerda”. Não temos rabo preso e nosso partido se orgulha em ter seus representantes na câmara federal e na assembleia legislativa com mãos e cara limpa. O candidato que irá nos representar alia conhecimento e experiência por ser um homem do trabalho duro do dia a dia com o equilíbrio humano necessário para resolução de problemas. Confiamos profundamente que um Caminhoneiro prefeito e um Professor como vice-prefeito, representam com a vida um programa de governo altamente representativo e com moral para coordenar o poder popular que se materializa na organização do povo e na radicalização da participação.

Como a pandemia vai influenciar no processo de campanha, no sentido da impossibilidade de aglomerações e contato direto com os eleitores?

Paulo Roberto: Temos a responsabilidade de entender que o isolamento social é uma necessidade. Respeitamos e por isso queremos usar a criatividade para levar nossa mensagem. Desafiamos as outras candidaturas e partidos a fazermos nessas eleições uma campanha “custo zero” em publicidade e propaganda.

Qual o impacto que o atual cenário político nacional terá em Alvorada e no que se refere ao seu partido? Seguirá a linha da política nacional?

Paulo Roberto: O PSOL tem lado e é o lado dos mais lascados, das mulheres, dos negros, das comunidades LGBTs, enfim, dos trabalhadores que estão no andar de baixo da pirâmide social. O Governo Bolsonaro, é a necro política, é a negação da política pois é obscurantista nos costumes e no modus operandi. Em relação a economia, segue a mesma linha dos governos anteriores, mesmo, a “pseudo-esquerda” que rezou pela cartilha da econômica neoliberal. O povo optou por Bolsonaro para derrotar o PT, mas precisa entender que entre PT e Bolsonaro há alternativa, e no nosso entendimento, essa alternativa é uma construção a partir dos movimentos sociais e da esquerda radical.

O partido tem buscado aliados para a composição de chapa para as eleições 2020? Qual o contexto que você poderia relacionar?

Paulo Roberto: Nossa principal aliança é com as pessoas mais simples. É o povo, que independente da sua opção eleitoral, que queremos ouvir e nos conectar. Entendemos o processo eleitoral como uma forma de debater e conversar com as pessoas, com os trabalhadores, aqueles que são verdadeiramente os que constroem esse país, este estado e esta cidade. Em relação à partidos, nosso aliado é o histórico e combativo PCB que tem na cidade um lindo e grandioso trabalho na área da educação popular. Por isso, temos orgulho em ter ao lado de Alceu Junior, o camarada Professor Rafael Freitas do PCB.