Pivetta: documentário sobre moradora de Alvorada estreia nos EUA

Carolina foi acusada de pixar uma parede vazia na Bienal de Arte de SP em 2008

Foto: Reprodução / OA

Carolina Pivetta, moradora de Alvorada e natural de Santa Maria / RS, é protagonista do documentário ‘Pivetta’, que tenta retratar o dia a dia da mulher que, há 13 anos, ficou presa por de 54 dias. A acusação foi ter pixado, junto a outros 40 jovens que nunca foram detidos, um andar vazio na Bienal de Arte de São Paulo.

No curta-metragem de cerca 18 minutos do documentarista Diógenes Muniz, Carolina aparece com a filha Isis, então com três anos, em casa e também em São Paulo, onde visitou a Bienal em 2018.

A criança cativou Diógenes, e roubou todas as cenas, mudando a ideia do roteiro inicial. Junto com o cineasta Douglas Lambert, responsável pelo roteiro e montagem, decidiu focar a história na relação mãe e filha.

O resultado é o curta Pivetta, que estreia na Califórnia / EUA, durante o Mammoth Lakes Film Festival, e fica disponível online até 5 de dezembro. Dirigido por Diógenes Muniz e Douglas Lambert, com produção executiva de Tereza Novaes, o filme teve um orçamento próximo de zero. A trilha sonora, a canção “Sem Remorso”, de Nego Gallo, foi cedida gratuitamente pelo rapper.

10 anos

A história de Caroline foi contada, em 2008, por Diógenes. Esta foi sua primeira grande história como jornalista, quando ainda era foca (repórter iniciante) trabalhando no site da Folha de São Paulo.

O primeiro encontro aconteceu em 2008, na Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte da capital paulista, onde Pivetta cumpriu prisão preventiva, acusada de destruição de patrimônio cultural. O crime foi pixar as paredes vazias de um dos andares do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Bienal de Arte de São Paulo, com outros 40 pixadores. Caroline foi a única a ser presa, com base em um boletim de ocorrência registrada por um funcionário da Fundação Bienal, que alegava a necessidade de “preservar o patrimônio tombado” do pavilhão.

O andar pichado não tinha nenhuma obra de arte, porque o evento daquele ano se propunha a ser a “Bienal do vazio”.