Com o Dia do Capoeirista, 3 de agosto, não foi difícil pensar em contar uma das vivências e aprendizados com essa cultura, sendo uma das principais que hoje movimenta a cidade de Alvorada.

Cabe falar que a data foi instituída apenas no estado de São Paulo, porém ainda não existe uma lei que oficialize o dia nacionalmente, mas ela se tornou referência como comemoração ao capoeirista no Brasil.

Com isso essa semana foi fácil a escolha desse assunto pela importância da capoeira na nossa cultura, a qual é considerada um patrimônio cultural imaterial brasileiro, como instituído pelo Iphan – Ministério da Cultura, e ainda como Patrimônio Imaterial da Humanidade, em novembro de 2014, pela Unesco, sendo um dos símbolos do Brasil mais reconhecido internacionalmente.

Vou ser sincera, esta cultura é tão rica que fico insegura de deixar algo de fora, mas é tanta riqueza que em uma postagem será impossível detalhar. Porém resumindo em poucas linhas a Roda de Capoeira é um elemento da nossa manifestação cultural, onde se expressam o canto, o toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a luta, a brincadeira, os símbolos e rituais de herança africana. E aqui vem porque visitar uma escola de capoeira.

Sim, em março estive na Escola de Capoeira Mandinga, localizada no bairro Americana em Alvorada, passei uma noite entre conversa e acompanhando uma aula do Mestre Pastel.

Como conhecido, Pastel é formado em pedagogia, e me contou sua história e a paixão pela capoeira, a qual para ele é mais que uma luta e dança, é um conjunto que envolve a educação, esporte e a nossa história. Ainda ressaltou como a capoeira pode ser um meio para a profissionalização, nesses anos encaminharam alunos para áreas como educação física, mas também outras profissões, pois é também um espaço formação de opinião e convivência.

As aulas acontecem basicamente durante as noites de segunda-feira a sexta-feira e são mescladas, no dia em questão haviam crianças, inclusive acompanhados e praticando junto com seu pai, também a presença de adolescentes e adultos, homens e mulheres, o que no final proporcionou uma roda de capoeira que iniciou dos menores e terminou em grandes golpes pelos mais experientes.

Também me relatou que existe uma taxa, uma valor para manutenção, mas que obviamente ele tem outros trabalhos durante o dia como fonte de renda, o que não impede de alunos carentes serem incluídos sem qualquer diferenciação como forma de trazer para eles outras possibilidades diferentes das quais as ruas oferece.

Obviamente o que traz a maioria até a escola é a vontade de dar o famoso salto mortal, mas com o tempo e as aulas aprendendo que ali é um espaço diferenciado, e que não vão “apenas para suar”, como o professor mesmo se referiu, eles vão aprendendo a cultura no seu todo. Outra curiosidade sobre os alunos, é que a maioria não é do bairro onde está inserida, frequentam alunos dos mais diferentes locais da cidade, dede Umbu, Algarve, São Pedro e outros.

Além das aulas também tem algumas atividades as quais participam inclusive de eventos fora da cidade, além disso, como tradicional tem o batizado e destaque para a Semana Municipal de Capoeira de Alvorada, que acontece no final do ano. O evento é organizado pela Liga Alvoradense de Capoeira em parceria com a Prefeitura Municipal de Alvorada, através da Secretaria Municipal de Educação. Por intermédio do Projeto Mais Educação, no qual a capoeira é parceira, ações pedagógicas de formação e de vivências serão abordadas.

Contudo, hoje vou ficar por aqui, como disse no início a capoeira é muito assunto para ser reduzida em uma única postagem, mas acredito que deu para dar uma ideia porque não é uma aula de capoeira, e sim uma escola, pois além do ensino coletivo, é um conjunto de aprendizados que acontecem simultaneamente, assim como a capoeira representa a nossa cultura.

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