“Quem vai me indenizar por essa injustiça?”

Ex-prefeito João Carlos Brum relata que passou por humilhações nos últimos cinco anos

Ex-prefeito teve contas de 2008 rejeitadas | Foto: Arquivo / OA

O ex-prefeito João Carlos Brum, absolvido nesta quinta-feira (5) da acusação de desvio de verbas públicas na chamada Operação Cartola, iniciada em 2011, falou ao jornal O Alvoradense sobre a decisão da Justiça Federal.

Ele lembrou que sempre denunciou a Operação Cartola como um golpe do Governo do Estado, do então governador Tarso Genro (PT), “juntamente com golpistas aqui de Alvorada, atuando contra nossa administração”, afirmou. “Eu sempre clamei que apresentassem provas das acusações e, como eu previa, as provas não existiam simplesmente porque crimes também não houveram”.

“Montaram uma farsa para tentar nos desmoralizar e em parte conseguiram, porque o objetivo era recuperar a Prefeitura depois de duas eleições frustradas (…) E o resultado é que temos um governo petista desastrado, apoiado por uma deputada que, com três mandatos na Assembleia, não trouxe nada de útil pro município”, avalia o ex-prefeito.

Na época a Prefeitura foi ocupada pela Polícia, em busca de documentos que comprovassem as irregularidades. Ao mesmo tempo residências de diversas pessoas acusadas de envolvimento em esquemas de fraudes em licitações, foram invadidas. “Infelizmente passei por humilhações, minha mãe Vilma, que teve a casa invadida pela Policia durante aquela operação, faleceu no ano passado, aos 81 anos, amargurada com as acusações que pesavam sobre mim”, lamentou Brum.

Mas o ex-prefeito, ainda que aliviado com a decisão que também absolveu outros 18 nomes ligados à sua administração, deixa a pergunta: “Quem vai me indenizar moral, política e economicamente pela injustiça que fizeram contra mim?”.

Cartola
Operação Cartola, de 2011, foi deflagrada em parceria com a Polícia Civil, TCE e Ministério Público de Contas, com o objetivo foi desarticular esquema de fraudes em licitações em pelo menos oito Prefeituras gaúchas, entre elas Alvorada.

Ainda cabe recurso da decisão ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região. contudo, como o próprio Ministério Público sugeriu a absolvição, essa ação não deva acontecer.

Fonte: O Alvoradense