A Revolução Federalista de 1893 foi um dos conflitos mais sangrentos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Travada entre maragatos (federalistas) e pica-paus (republicanos), a guerra tinha como pano de fundo a disputa pelo modelo de governo: os federalistas defendiam maior autonomia para os estados, enquanto os republicanos queriam um poder centralizado.

Durante os combates, uma prática bárbara se destacou: a degola. Diferente do simples corte na garganta, a degola visava romper a medula cervical, um método cruel que impedia a vítima de gritar, tornando a execução silenciosa. Essa atrocidade era tão comum que ficou conhecida como a “senha do capeta”, pois quem caía prisioneiro já sabia que o destino era certo.

No calor da guerra, muitos “não tiveram tempo nem de preparar o mate”, expressão que traduz bem o destino rápido e impiedoso de quem era capturado. O ápice da violência foi no Massacre de Campos Borges, onde centenas de prisioneiros foram degolados, deixando um rastro de sangue na história gaúcha.

A Revolução Federalista terminou em 1895, mas as cicatrizes da degola e da brutalidade desse conflito seguem vivas na memória do Rio Grande do Sul.