Quando tive o convite, para escrever sobre esporte nessa coluna do jornal O Alvoradense, não imaginava o desafio que estava por vir, mas também nem pensava o quanto seria prazeroso fazer esse ter vida, ter minha cara, ter a minha identidade.

Ao longo do tempo, venho abrindo cada vez mais espaço para falar de esporte municipal, seja para fazer a crítica quanto o elogio aos esportistas de Alvorada.

Seguindo nessa linha, hoje abro essa coluna falando de “times de horário”, de futsal, de futebol sete ou apenas “times”, que formados por amigos ao longo dos anos e se tornaram referências das quadras, ou referências maiores do que as próprias canchas, campos e praças onde atuam e ou atuaram em nossa cidade.

Como não lembrar e homenagear o Cebolinha?

Escuto histórias até hoje, do “Tatau” sobre essa equipe.

Ficou e está na história do município este time que, formado por “parceiros”, até hoje é referência de amizade, churrasco, risadas, boas lembranças e, claro, bom futebol!

Em pé Ederson, Amarildo, Nelson, Lino, Gilmar e Zeca. Agachados Doilde, Paulo Paleta, Nene, Vilmar e Wilson
Em pé Ederson, Amarildo, Nelson, Lino, Gilmar e Zeca. Agachados Doilde, Paulo Paleta, Nene, Vilmar e Wilson

Quem nunca ouviu:
“Hoje é no Zanino novo, contra o Ameriquinha?”
Ou então:
“Hoje é contra o Manchester (atual Santa Quinta), lá no Unibol?”

Ao longo dos anos os times de horários foram criando identidades, foram criando vida própria e, com isso, fazendo a alegria das peladas nas quadras municipais.

Time Santa Quinta, ex Manchester, há mais de 15 anos juntos
Time Santa Quinta, ex Manchester, há mais de 15 anos juntos

No dia de hoje abro espaço para Diego Borba, presidente de um desses times tradicionais da cidade chamado Samba – Futebol & Socialismo, que possui horário há muitos anos e, ainda por cima, ingressam agora na cultura do município, criando a “Confraria do Samba”, que é uma mistura de gastronomia, Samba e futebol!

Com a palavra, Diego Borba:

Sobre coisas que valem a pena na vida!

Pouca coisa se faz sozinho. Seja lá qual for o movimento feito, em algum momento histórico escutamos alguma opinião ou precisamos de alguém, seja pessoalmente ou através de alguma teoria. Em se tratando de práticas esportivas coletivas, isso é óbvio e vital.

Na nossa cidade, por tradição, temos muitos times de amigos e/ou família, que se reúnem semanalmente, e alguns quase que diariamente, como se fora o time uma verdadeira religião a ser seguida. Inclusive o carinho pelo clube, muitas vezes, ultrapassa a admiração por times profissionais como Grêmio e Internacional. E até rivalidades são criadas quando equipes diferentes jogam entre si. Os fardamentos são cuidados mais do que a roupa do trabalho. São tratados como verdadeiros mantos, que com suas cores ganham a admiração de pessoas que nem praticam esportes, mas se aproximam pela afinidade e amizade feita com quem joga.

Junto a tudo isso, existe ainda a realidade pobre do nosso município. É raro haver um time que tenha uma fonte sustentável que permita que as “vaquinhas” de cada grupo estejam sempre “gordas”. Cada time é feito de trabalhadores que buscam no futebol o alívio para suas tensões particulares. E muitas vezes por falta de dinheiro acabam desistindo de jogar no time por falta de grana até para simplesmente pagar sua parte no horário. A despesa básica é o horário, mas existem também as despesas da passagem ou gasolina pra ir até a quadra, tênis, fardamento, limpeza do uniforme e ainda a parte da contribuição para atividades lúdicas, afinal, não é apenas o futebol. Por se tornarem Confrarias e Agremiações, é necessário muito mais que a vontade de jogar.

Dentro dessa história, existe um time que iniciou no final de 2013. Após alguns jogos entre amigos que se encontravam às segundas na quadra da rua Bento Martins, no final de novembro, quando foram encerrando as atividades desse grupo, dois amigos acima do peso, refletiram sobre a criação de um time que divertisse e ao mesmo tempo ajudasse a acabar (um pouco) com o sedentarismo e obesidade. No meio da conversa surgiu a ideia de propor a alguns amigos um time organizado para disputar contra outras equipes, sem o compromisso de vencer (até porque a técnica e o físico às vezes não colabora). DB (esse que vos escreve) e Lenon, então, juntamente com Czenvimski, Diego Amaral, Marcos Monroe, Toninho, Cristiano Lima, Roginho e Henrique Mengue, fundam o S.AM.B.A, Sociedade dos Amigos Boêmios de Alvorada – Futebol & Socialismo, já na quadra Unibol na parada 48, nas quintas-feiras. Além do futebol, os membros do time, através das redes sociais, entenderam que o time mais cheiroso da cidade (alcunha dada ao time), queria mais do que se reunir para jogar futebol, pois já havia envolvimento de mais pessoas que não jogavam no time, mas acompanhava a jornada do grupo, mais a necessidade de criar parcerias para que o time pudesse manter-se enquanto time.

Samba - Futebol & Socialismo, além de futebol, trás suas confrarias
Samba – Futebol & Socialismo, além de futebol, trás suas confrarias

Foi então, que em parceria com o Neco e a Joana, do Boteco do Neco, bar mítico da avenida Maringá, criam a Confraria do SAMBA, com muito samba, comida boa e gente legal, confraternizando a vida e a amizade. Em 2014 houve sete edições em que o público frequentador, composto de familiares e amigos, sempre manteve a mesma média e já estava se tornando uma atividade cultural, que já não eram apenas dos que jogavam no time. Porém no ano de 2015, mesmo vivendo uma grande fase em quadra, sendo quase imbatível no primeiro semestre, não conseguiu reunir condições de fazer atividades extra-quadra, passando no segundo semestre por uma fase de transição e mudanças de conceito organizacional.

Porém, depois de muita reflexão do grupo atual, composto por DB, Lenon, Maurício, Czenvimski, Igor Girino, Gabriel M., Fabrício, Marcos Monroe, Roger, Luciano Chinês, Jeferson Sib e M. Gaúcho, agora jogando às segundas-feiras às 22 horas na quadra Unibol, decidimos retomar a parceria com o Boteco do Neco, agora, dia 12 de julho, terça-feira, faremos novamente a Confraria, no formato da 1ª Feijoada do Samba, a partir das 20 horas, onde os convites já estão esgotados. Será uma alegria imensa receber novamente amigas, amigos e familiares que formam essa família maravilhosa que só nos enche de alegrias. Contando com a parceria também especial do amigo Katicoco, que será o responsável pela feijoada saborosa que nos espera.

Brigamos, discutimos, nos chingamos, mas o que marca mesmo são os momentos de risada e as resenhas que só nos faz crescer.

Aos times:
Cebolinha, Marajás, Mirage, Asmoje,Santa Quinta, Gana, LaU, CU, B.A.R, Boca Juniors (na cidade tem uns três), Bayern, Barcelona, Hoolligans, Juventus, Roma, Rabelo, Brooklin, PSG, Winning Eleven, Chile, Ceva e Churras, Santos, Barranco, Arsenal, Atlético Combo, Vodka com Energético e tantos outros, mais uma infinidade de times que nem nome tem, fica nosso respeito e admiração, por juntamente com o S.AM.B.A não deixar o futebol morrer, em uma fase que o futebol no Brasil não anda muito bem quanto já foi.

Esses são os Marajás
Esses são os Marajás

P.S.: 3 – Lima, 8 – Toninho, 6 – Mengue, 77 – Thauan, 12 – Léllo Radamés, 17 – Diego Kurtz, 99 – Mané, 7 e 18 – Diego Amaral, todo nosso carinho e gratidão eterna por terem feito parte desse time.
P.S.2: Desejamos boa sorte, com todas as forças, para o SER Alvorada, time da nossa cidade que disputa a Série Prata do Estadual de Futsal, que tem na sua direção Diego Amaral que já foi S.AM.B.A em quadra.

Diego Camargo Borba (DB)
Presidente do S.AM.B.A – Futebol & Socialismo