Tiano Caduri sai do PDT por não concordar com rumos do partido

Ex-candidato a vice-prefeito afirma que optou por manter coerência na política

Foto: Arquivo Pessoal / OA

Militante do Partido Democrático Trabalhista desde a adolescência, o alvoradense Tiano Caduri, que compôs chapa com Stela Farias / PT, sendo candidato a vice-prefeito nas eleições municipais de 2020, deixa o PDT afirmando que busca coerência e compromisso com a comunidade alvoradense.

Em contato com a redação do jornal O Alvoradense, Tiano confirmou que há tempos vinha demonstrando seu descontentamento, principalmente com relação ao posicionamento do vereador Zezo, “votando sempre com o governo e contrariando as orientações e o programa histórico do PDT”.

Contudo, a “gota d’água”, conforme diz, foi o ingresso de algumas das lideranças do partido no Governo Appolo, principalmente Geovani Garcia e “nomes ligados à presidente Giselda Azambuja”. Outro ponto foi a Convenção Municipal, em 06 de março, que levou à Executiva e ao Diretório Municipal “aqueles que são detentores de cargos no Governo Appolo”.

Decisão

Tiano Caduri considera esta a decisão mais difícil de sua vida, pois sempre se identificou com as causas trabalhistas e brizolistas do PDT. Lembra que foi candidato, pelo PDT, de oposição ao Governo Appolo. “Após receber mais de 24 mil votos e verificar que, de cada 10 alvorandenses que foram às urnas, sete foram contra o Appolo, é inaceitável que o PDT faça parte deste governo”.

Trajetória

Iniciou sua militância no PDT ainda na adolescência e aos 14 nos já presidia a Juventude do , em Alvorada.

Integrou o Diretório Municipal e Estadual do partido, presidiu a Juventude Estadual do PDT e chegou à presidência municipal da sigla em 2018, o mais jovem da sua história.

Indicado pelo partido, foi Secretário Municipal em 2015-2016. Concorreu duas vezes pelo PDT ao legislativo, em 2012 e 2016, ficando na primeira suplência.

Atualmente, integrava a assessoria da deputada Estadual Juliana Brizola, líder do PDT na Assembleia Legislativa. Assim, sua decisão foi tomada ainda que tenha gratidão ao partido, em nível estadual, salientado a parceria com Juliana Brizola, “grande companheira de luta”. Por fim afirma que hoje, em Alvorada, “o partido não é mais um instrumento de luta do trabalhismo e sim uma agência de empregos familiar”.

Sobre o futuro, diz que está refletindo sobre os convites recebidos. “A certeza é que estarei em um partido de oposição ao governo Appolo e ao governo Bolsonaro”.

Contraponto

Já Giselda Azembuja, presidente recentemente eleita do PDT, afirma que a saída de Tiano se deu por afinidade ao PT, “desde a campanha em 2020, quando foi o candidato a vice pelo PDT, se distanciou totalmente do PDT de Alvorada”.

Ela lembra que, neste período, ele não compareceu a nenhuma reunião da Executiva, “desrespeitando todas as companheiras e companheiros do Partido”, lembrando que ela foi uma das coordenadoras da campanha de 2020. “Aliás, não aceitou minha Presidência. Só era aliada enquanto servia aos propósitos do mesmo, infelizmente isso é fato”, enfatiza.

Giselda ainda declara: “Tiano vem costeando o alambrado desde 2020 e a prova se dará agora, quando for contemplado no gabinete da deputada Estadual do PT, empossada recentemente.

Quanto aos Brizolistas, permanecem no PDT!”.