Não faltará quem acredite que Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara dos Deputados, foi benevolente com a presidente Dilma Rousseff ao anular a sessão da Câmara de Deputados que aprovou a admissibilidade do processo impeachment.
Na verdade, está claro, a meta é outra: se o Senado aprovar a admissibilidade esta semana, os partidos contrários ao golpe tem de 5 à 6 meses para construir o impeachment de Temer, e, com isso, convocar eleição presidencial.
Todos sabemos, contrários ou favoráveis ao golpe, que o objetivo nunca foi combater a corrupção, tampouco tirar o Brasil da crise. Toda essa manobra é orquestrada com a única finalidade de sacar Dilma do poder, inviabilizar Lula para 2018, aniquilar o PT, asfixiar a esquerda brasileira e, através de Temer ou de um presidente eleito indiretamente, acabar com os programas sociais e extinguir a CLT, em atendimento à agenda burgo-capitalista.
Mas, para o plano dar certo, Dilma não pode cair agora. É preciso que ela caia sem tempo hábil para cassar Temer e sem convocar nova eleição, que seria facilmente vencida por Lula.
Mesmo que Dilma, a partir de agora, faça o governo mais popular da história do Brasil, será, mais cedo ou mais tarde, impedida. Essa manobra de Maranhão, foi, nitidamente, para silenciar os pedidos de impeachment de Temer e de nova eleição presidencial.
*Estudante