A possibilidade do PMDB vir a ocupar os três níveis do Executivo – federal, com Michel Temer, estadual, com Sartori, e municipal, em um eventual governo Appolo – é visto com ressalvas pelo candidato.
Em evento promovido pela Associação Comercial e Industrial de Alvorada, o peemedebista afirmou ser amigo pessoal do governador do Estado e do ministro da Casa Civil, mas que isso não garantirá fácil aporte de recursos em Alvorada. “Vão nos ajudar? Não confio muito, temos que fazer por nós”, afirmou Appolo para uma plateia formada por empresários da cidade.
Ele foi o primeiro convidado de uma rodada de sabatinas com candidatos a prefeito e membros da associação.
Appolo iniciou a participação fazendo uma breve apresentação da sua história e fez questão de esclarecer que o PMDB não teve participação no governo Serginho, mas que, segundo ele, “não faltou convite”.
Em tom ameno, evitou tecer críticas diretas ao atual prefeito e se limitou a analisar que “pelo que se sabe, não foi mandado nada de substancial para a cidade”, em referência a projetos e verbas dos governos do Estado e Federal, que chegaram a estar sob o comando do PT nos dois primeiros anos da administração de Serginho.
Para o candidato, quem for eleito em outubro “pegará uma herança maldita” em 2017. Questionados sobre projetos específicos para as áreas de saúde, educação e desenvolvimento econômico, Appolo preferiu fazer um panorama geral do atual cenário no município e disse que não prometeria aquilo que não pode cumprir. Parafraseando Leonel Brizola, o candidato disse que seria “muito fácil fazer um plano de governo que respondesse a todos os anseios, mas e na hora de executar”?
Ele frisou sua preocupação com a atração de empresas para o Distrito Industrial e a criação de vagas de empregos para os moradores da cidade.
Os membros da entidade apresentaram um projeto de criação de um centro administrativo que, segundo cálculos da própria Acial, seria mais barato do que os valores hoje gastos com alugueis para abrigar secretarias e departamentos. Appolo afirmou ter gostado da ideia e que iria avaliar a possibilidade de implementação. Ainda assim, garantiu que “pagará alugueis em última instância”. Ele também afirmou que diminuirá os cargos de confiança e o número de secretarias.
Questionado sobre projetos de captação de recursos, analisou que atualmente existem, na sua visão, apenas duas formas: aumento de imposto e atração de novas empresas. “Não sou favorável ao aumento do IPTU, e isso é uma questão que não gostaria de mexer, mas não muda muito disso (elevação dos impostos e novas indústrias). É muito difícil contar com o que não se sabe, o que está para ocorrer.”
Ao responder um questionamento sobre as terceirizações, afirmou que “em alguns casos é salutar”, mas que defende um sistema misto. Appolo também garantiu aos empresários que seu gabinete estará sempre aberto. “Não tem essa história de marcar para daqui 15 dias. Na medida do possível vou atender todos, sempre. Podem ter que esperar uma reunião acabar, mas serão atendidos”.
O candidato do PMDB encerrou sua participação reforçando seu interesse em aproximar o empresariado do Poder Executivo. Candidato a vice na chapa, Valter Slayfer (PDT) fez uma rápida fala ao final e garantiu que o mínimo que pode fazer é “dar as pessoas dignidade”.
O próximo encontro está marcado para terça-feira (23).
Confira no vídeo abaixo os principais trechos da sabatina:
Fonte: O Alvoradense