Um incêndio atingiu na semana passada um brique na Rua Tiburcio de Azevedo, na Vila Americana. O fogo começou após um curto circuito em uma geladeira do local. Vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros, no entanto, o caminhão de Alvorada estava estragado. A Brigada de Porto Alegre foi acionada. Antes da chegada dos bombeiros, porém, Vagner Correa, que trabalha perto do local e possui curso de prevenção de incêndios, arrombou o estabelecimento e conseguiu controlar as chamas. Segundo ele, havia dois botijões de gás próximos às chamas. “Se tivesse ocorrido durante a madrugada o fogo poderia ser grande” contou o morador.
No mesmo dia outro incêndio foi registrado. Desta vez bombeiros de Gravataí foram acionados para conter as chamas. Esse verdadeiro contorcionismo dos bombeiros de Alvorada para tentar driblar os problemas com o caminhão já dura anos.
Em entrevista a’O Alvoradense, o sargento Benites, comandante do Corpo de Bombeiros de Alvorada há oito anos, conta que o batalhão possui apenas um único caminhão, que presta serviço há 26 anos. O veículo é mais antigo do que a própria corporação de Alvorada, que existe há 20 anos. “Quem tem um não tem nenhum”, lamenta o sargento. O caminhão passou por manutenção há um mês, porém, um novo vazamento de óleo aconteceu, e o veículo foi encaminhado para o reparo no dia em que os incidentes foram registrados.
Segundo Benites, os bombeiros recebem recursos do Funrebom (Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros), que é arrecadado através de inspeções obrigatórias em prédios e edificações gerenciados pela Prefeitura Municipal e pelo conselho deliberativo do fundo.
O batalhão, no entanto, consegue arrecadar apenas R$ 7 mil. Deste montante, despesas como luz, água e alimentação consomem R$ 4 mil. “O custo de um caminhão novo é de R$ 550 mil, ou seja, através desse fundo é impossível conseguirmos comprar um caminhão novo”, explica o sargento.
No ano de 2010 a corporação ganhou um caminhão através da Consulta Popular, mas até hoje o veículo não chegou. Benites destaca que os recursos trazidos para a cidade dependem dos interesses políticos. “O Estado tem que analisar a realidade da cidade. A população cresce progressivamente, e com isso as ocorrências devem aumentar cada vez. É nosso dever proteger a população de Alvorada, e para isso necessitamos do apoio do governo do Estado e do Município”, argumenta o sargento.
Segundo a Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Seplag), foram comprados no ano passado 11 caminhões. Os veículos foram distribuídos no interior do Rio Grande do Sul.
O diretor-adjunto do órgão, Nelson Cúnico, revela que no segundo semestre desse ano será aberta uma licitação de compra de carros de bombeiros. “Avaliaremos a situação de Alvorada para incluir um caminhão novo para o Corpo de Bombeiros.” A previsão do diretor é de que, após a licitação, o carro comece a prestar serviço para a população dentro de quatro meses. É esperar e cobrar.
Fonte: Aline Vaz / O Alvoradense