A Justiça de Alvorada aceitou a denúncia ajuizada contra o vereador afastado Vanio Presa, a companheira dele, Daniela Gonçalves, e Patrícia Vieira de Mello, Ronaldo Ramos e Juliano Cassal Manenti, braço direito de Vanio e, ainda de acordo com as investigações, assessor fantasma na Câmara de Vereadores, já que trabalhava na verdade como pizzaiolo.
A denúncia foi oferecida pela Promotoria de Justiça de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa e assinada pelo promotor de Justiça Marcelo Tubino.
Os réus foram investigados pela Operação Alderman (que significa vereador em inglês). Os quatro são acusados de cometerem crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Vanio Presa segue foragido.
O magistrado indeferiu os pedidos das defesas dos outros quatro investigados para redução das fianças arbitradas.
As investigações iniciaram em março deste ano por envolvimento em diversos crimes. Em 8 de novembro, a Operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, pizzarias, uma residência e veículos. As investigações foram fruto de um esforço conjunto das Promotorias de Justiça Criminal, Especializada e Eleitoral de Alvorada, do Grupo Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Inteligência do Ministério Público (Nimp).
O esquema
Segundo o apurado durante a operação, o grupo chefiado pelo vereador, para disfarçar a origem do dinheiro proveniente de crimes licitatórios, contra administração, tráfico de drogas e agiotagem, colocava bens em nome de terceiros e utilizava pizzarias para lavar o capital.
Estima-se que tenham sido lavados mais de R$ 1 milhão. O mandado de prisão decretado contra o vereador foi em virtude de tentativas de obstrução da investigação, além da garantia da ordem econômica, aplicação da lei penal e garantia da ordem pública. Ele foi afastado do cargo.
Ainda no dia da operação, foi determinado bloqueio de bens do grupo em contas correntes, imóvel no litoral norte gaúcho e dois imóveis em Alvorada, além de cinco veículos.
No campo da improbidade administrativa, o vereador já responde a ações judiciais de por fraudes em licitações, além de ser investigado por desvio de verbas de diárias e por possuir “assessores fantasmas”, que recebiam remuneração pela Câmara de Vereadores, mas trabalhavam nas pizzarias do vereador, que se apropriava de parte dos salários deles.
Fonte: O Alvoradense