Após a deflagração da Operação Alderman, cujo alvo era o vereador Vanio Presa (PMDB), a força tarefa que investiga os suspeitos passou a se debruçar sob os documentos apreendidos durante a primeira fase da operação.
Entre o material apreendido esta a contabilidade da Território Pizzaria, da qual Vanio Presa administra. Somaram-se aos documentos, as informações colhidas na quebra de sigilo telefônico e bancário do vereador autorizadas pela Justiça Eleitoral. Segundo o juiz Roberto Coutinho Borba, “emergem veementes indícios das práticas ilegais” nos materiais coletados.
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A análise técnica promovida por uma perita contábil do Ministério Público apontou que a movimentação bancária de Vanio Presa não era compatível com sua renda declarada, assim como o faturamento da pizzaria também não era correspondente.
Segundo a perícia, “em todos os anos-base em que a Receita Federal disponibilizou as declarações de renda (2011 a 2014), Vânio Presa apresentou movimentação bancária superior à renda”. Entre as movimentações suspeitas estão depósitos em dinheiro sem indicação de origem e em transferência de pessoas físicas e de pessoas jurídicas que não foram declaradas como fonte de renda.
Também foram apontados inconformidades na documentação da pizzaria, cujas “entradas nas contas bancárias da empresa sempre foram muito maiores que a receita declarada”. A incoerência está baseada em vários depósitos em dinheiro sem indicação de origem e em depósitos em cheque.
E é justamente os depósitos realizados em cheques que geram maior desconfiança por parte da Justiça, isso porque algumas das origens desses cheques não são coerentes com a atividade comercial da pizzara, como, por exemplo, da Câmara de Vereadores de Alvorada e da Transportes JC Lopes, empresa que em 2013 cuidava da coleta da lixo em Alvorada.
No despacho assinado ontem pelo juiz, ao conceder liminar suspendendo a diplomação de Appolo e Valter, não há detalhes sobre os valores dos cheques nem com que frequência os depósitos foram encontrados na conta da pizzaria, ainda assim, a promotoria garante que haveria provas de que quando Vanio Presa exerceu o cargo de secretário de Segurança e Mobilidade Urbana teria recebido propinas pagas por empresas que mantinham contratação com a Prefeitura de Alvorada, entre elas a JC Lopes.
A acusação sustenta que o dinheiro era depositado em cheques nas contas da pizzaria, o que demonstraria o “modus operandi que seria utilizado caso (Vanio) viesse a ocupar novamente um cargo de secretário no futuro governo de Appolo”.
Nesta manhã, a defesa do vereador classificou como “surreal” as acusações da promotoria e de que elas estão baseadas em “meras suposições”.
Fonte: O Alvoradense