Um Policial Militar aposentado, de 61 anos, alega ter sido vítima de uma tentativa de assalto e que, ao reagir, acabou matando a transexual, que portava uma faca, em seu carro.
Frente a este depoimento, o PM foi preso esta semana (26), na praia de Cidreira.
No depoimento ele contou que a transexual entrou no carro e tentou assaltá-lo usando uma faca, na avenida Manoel Elias, em Porto Alegre, em 17 de outubro. Ao reagir, disparou sua arma, acertando-a na cabeça. Após o crime ele levou o corpo a Alvorada, abandonou em uma região do Distrito Industrial. Quanto à faca, alega que a descartou às margens da freeway.
Após o registro de ocorrência do desaparecimento, feito pela família da transexual no dia 19, a Polícia Civil passou a investigar o caso, que segue com a equipe da 5ª Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa de Porto Alegre, havendo novas diligências a serem feitas. A vítima possuía antecedentes criminais.
O carro utilizado no crime passou por perícia e, conforme o Instituto-Geral de Perícias (IGP), foi encontrada substância que pode ser sangue após teste com o reagente luminol, sendo as amostras encaminhadas para comparação com material genético da vítima.
A polícia trabalha inicialmente com a hipótese de homicídio qualificado, contudo não foi descartada a possibilidade de crime de ódio em razão de transfobia.
Com relação ao PM aposentado, a Brigada Militar divulgou nota:
“A Brigada Militar realizou o apoio para a prisão do Militar Estadual (ME) da Reserva.
O suposto crime não é alcançado pela legislação militar pois não foi praticado nas condições que a lei prevê, até mesmo pelo fato do ME estar na Reserva Remunerada, bem como não é alcançado disciplinarmente.
Atualmente o Militar teve a liberdade cerceada, constituindo o tipo de sanção mais severa que a legislação brasileira prevê”.