A arte alvoradense em busca de reconhecimento

Expectativa pelo resultado que deve garantir o reconhecimento da Unesco deixa artista eufórica | Foto: Samuel Silveira / OA

Vera Junqueira, artista osoriense de nascimento, mas alvoradense de coração, está concorrendo a uma certificação junto à Unesco. Sua obra, batizada de Cesto Tupi, foi selecionada juntamente a outros 13 trabalhos brasileiros. O prêmio Reconhecimento de Excelência da Unesco para os produtos artesanais do Mercosul será realizado em Montividéu até o dia dois de agosto.

Esse reconhecimento tem como objetivo incentivar os artesãos à criação de produtos por meio de habilidades, design e temas nacionais de modo inovador, incentivando a continuidade e a sustentabilidade das tradições culturais. A premiação, que marca os 50 anos do Conselho Municipal do Artesanato na América Latina, além de um instrumento de promoção que avalia a qualidade e autenticidade dos produtos, é uma maneira de Vera se voltar novamente para a expansão do seu negócio dentro do mercado nacional.

É a primeira vez que artesãos brasileiros puderam se inscrever para o prêmio, que tem a participação de outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. As peças escolhidas pelos Comitês Nacionais dos cinco países participantes foram encaminhadas para Montividéu na última semana, para a comissão julgadora escolhida pela Unesco.

Para Vera, o simples fato de estar entre os 13 finalistas brasileiros já é uma grande vitória. Ela, que passou muito tempo voltanto sua confecção para o mercado europeu, vê no prêmio a chance de adquirir o reconhecimento dentro da America Latina que ainda não havia chegado mesmo depois de mais de 20 anos se dedicando à tecelagem. Além disso, ela faz questão de levar o nome da cidade de Alvorada para todos os lugares que recebem suas peças, e afirma que é preciso que as pessoas conheçam Alvorada pelas coisas boas que ela produz, pelos aspectos positivos.

Implementado no biênio 2007-2008, o prêmio foi criado para incentivar a produção artesanal nos países do Mercosul, além de promover o uso de materiais sustentáveis nas obras. Os critérios são de excelência, autenticidade, inovação, responsabilidade ambiental e potencial de comercialização. A única peça gaúcha que concorre à certificação possui a particularidade de ter uma técnica completamente criada por Vera.

Planos para o futuro

Cesto Tupi concorre com outras 13 obras brasileiras | Foto: Samuel Silveira

Vera é uma artista reconhecida dentro e fora da cidade que a acolheu e sempre faz questão de dizer e mostrar a todos todas as coisas boas que Alvorada pode ter ou criar. Pensando nisso ela já tem planos para uma nova coleção, utilizando a cidade onde mora como referência e inspiração. A ideia é transformar a cidade em arte e utilizar as particularidades e cenas comuns ao cotidiano de quem é daqui em peças completamente únicas.Sem revelar muitos detalhes, Vera apenas afirma sorridente que pretende “fazer barulho” com a nova coleção e mostrar para todos, sejam eles alvoradenses ou não, todo o potencial criativo que pode ser encontrado dentro da cidade.

 

 

Fonte: Amanda Fernandes / O Alvoradense