As famílias alvoradenses financiam grande parte das despesas de saúde no município. O problema é que tanto o serviço público quanto o privado desafiam a saúde e o fôlego dos brasileiros. Alvorada investe 21% em saúde, mas é pouco para tantos problemas. A demora para a realização de um procedimento ortopédico, por exemplo, pode levar até cinco anos, pois há escassez de especialistas e leitos na cidade.
Jorge Eltz, diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), afirma que o atendimento básico de saúde é a principal barreira que o futuro prefeito deverá enfrentar. “O atendimento primário é a porta de entrada do SUS. Existem 26 postos na cidade, porém, o ideal seriam 82, para conseguir cobrir todos os cidadãos alvoradenses”, explica o diretor.
Eltz salienta também que a falta de médicos é um problema crônico. “Isto está ligado à ausência de uma carreira única e estável e à carência de especialistas na rede pública”. A qualidade do serviço também é influenciada pela insatisfação dos médicos que trabalham para o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Saúde, em média, a remuneração dos profissionais da área pública é metade da paga pela privada. Em alguns casos, a diferença é exorbitante: uma equipe de seis profissionais recebe R$ 940 do SUS por cirurgia, enquanto receberia até R$ 13.500 dos planos de saúde.
A presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Tereza Rodrigues, destaca como principais prioridades a ampliação do Hospital Municipal, do ambulatório de emergência e leitos. Ela também relata que, na prevenção da aids, a principal estratégia do novo prefeito é o trabalho de conscientização junto às escolas municipais. A presidente ainda destaca outro perigo para a saúde dos cidadãos: a tuberculose. “O principal perigo hoje para a doença é o tratamento. Ele deve ser concluído em seis meses, porém, a maioria as pessoas o abandonam antes. A prefeitura deve buscar esses pacientes”. A conse-lheira declara que o setor de tisiologia, responsável por doenças pulmonares, está desestruturado. “Há apenas uma técnica em enfermagem, enquanto deveria ter dois médicos e duas enfermeiras para poder atender à demanda, que é alta”, afirma.
Alvorada é o segundo município do Rio Grande do Sul com maior incidência de aids e o maior em casos de tuberculose na região metropolitana.
Fonte: Aline Vaz / O Alvoradense