Aprendi a ser mãe antes de engravidar

MÃE E FILHA. Carina é só mimos e carinho com a filha Ana Luiza, de apenas dois aninhos de idade.| Foto: Amanda Fernandes/ OA

Foram duas semanas em que a redação d’O Alvoradense esteve mobilizada em busca de uma história para o Gente Nossa especial de Dia das Mães. Recebemos ligações e emails de filhos que queriam mostrar a toda cidade o quanto sua mãe é única e o quanto ela merece ser coberta de homenagens neste dia.

A escolhida foi uma mãe jovem, porém dedicada e apaixonada pela filha Ana Luiza, de dois anos. Não apenas por ela. Carina de Oliveira Soarez se emociona ao lembrar de como criou os irmãos pequenos. E de como esse sentimento maternal que já existia nela desde muito cedo teve uma mudança quando ela engravidou da primeira filha.
Apesar de muito jovem Carina não é mãe de primeira viagem. Assumiu bem jovem a criação dos irmãos quando foram deixados pela mãe em Rio Pardo. Quando o pai e a avó faleceram, ela e os dois irmãos pequenos vieram pra Alvorada. Carina, que na época tinha apenas 16 anos,se emociona ao lembrar de como foi difícil conciliar a adolescência com a responsabilidade da criação dos irmãos.

Porém nenhuma emoção é maior do que a que ela sente quando lembra do nascimento de Ana Luiza. Apesar de ter descoberto desde muito cedo esse sentimento de proteção que toda mãe tem em relação aos pequenos foi com o nascimento da menina que, hoje tem dois anos, que ela percebeu que havia nascido pra ser mãe. “Tu ouve falar em amor incondicional e entende que é um amor muito grande, mas só percebe o real significado disso quando sente”, se emociona observando a menina que desenha sobre o sofá da sala.

Carina, como ela mesma diz, começou a ser mãe muito antes de engravidar. Criou os irmãos. Ajudou a cunhada adolescente nos primeiros anos do sobrinho. Mas afirma que depois da gravidez, sua vida mudou. Aos 27 anos, com o nascimento de Ana Luiza ela entendeu o verdadeiro significado de amor incondicional. “Com a chegada da Luiza senti a diferença. A responsabilidade é maior, mais complexa”.

Hoje, tudo que ela faz é pela menina. Vê-la brincando deixa a mãe visivelmente emocionada, “vejo nela (a Luiza) a minha irmã que peguei com oito meses. Hoje minha irmã está adulta, linda, mas ainda vejo ela assim, pequenininha brincando pela sala”, afirma.

Quando os filhos nascem a vida muda

Carina afirma que sempre foi meio avoada e isso só mudou depois da gravidez. “Passei a ter uma preocupação comigo, com minha saúde que antes eu não tinha. Tudo por causa dela”.

O medo de um dia não estar presente para a filha de apenas dois anos faz com que ela pense em ter outros filhos. “Minha gravidez não foi planejada, aconteceu. Depois dela passei a planejar um futuro, e pretendo ter outros filhos pro caso de algo acontecer comigo, um dia eles possam cuidar uns dos outros assim como eu e meus irmãos”.
O sentimento maternal de Carina vai além da dedicação que ela tem com a filha, irmãos e o sobrinho.

Ela e o marido se preparam juntos para mais uma batalha. Ele precisa de um transplante de rim e provavelmente ela será a doadora. Se os resultados de alguns exames forem positivo,s o transplante acontece já nos próximos meses.

Fonte: O Alvoradense