*

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Foto arquivo pessoal da poeta

Chapeuzinho Azul

Chapeuzinho
Vermelho
Vestiu-se
De azul.
O lobo mal
Acordou e
Já quis ser
Estrela.

TaniaContreiras

*

O poeta me pediu uma foto de quando era criança. Não tenho fotos de quando era criança. Quando era criança não tinha fotos. Não tinha pais. Tinha irmãos mais novos e tinha alegria. Criança é como pássaro. Canta em qualquer estação. Sonha como se fosse Ícaro.

Primaveril

entre o que é
e o que deve ser
espocam risadas
puxões de cabelo
desenhos no quadro
mãos que se cruzam
uma cola atrapalhada
sirene que liberta
a aula que termina
dança dos pés
o vento nos ipês
chuva de cores
beijos na calçada

entre o que é
e o que deve ser
toda liberdade
de seguir flor

Lourença Lou Lou

*

O Grilo

.
O grilo é um inseto insensato
ou um incrível acrobata da mata?
dá um salto tão rápido e alto
que parece que ele desaparece
mas se o víssemos em câmera-lenta
aposto que estaria dando pirueta
que cara acrilírico o tal do grilo
até seu canto tem estilo
singra a noite em cantoria
cricrilando com clareza
vai ninando a Natureza
até que enfim desponte o dia
que incrível exemplo de alegria!

Gustavo Terra

*

PARA DOR

não tomo
anestesia
logo tombo

meu remédio
mais indicado
é pelas vias

aéreas
inspirar
e expirar

p-o-e-s-i-a

tarja sem cor
que não se compra
em farmácia

disso
é que preciso
a circular

em minhas
tortas linhas
trilhas

e veias

diÔ (Diovani Mendonça)

para Raquel Magno e Jose Couto

*

Dia das crianças

antiga infância
que olhar criança
fez mágica tanta
mágoas sem manchas
crescer não faz

fome aquecida
em lenha cozida
banana velho fogão
saudade me traz

tombos vividos
cheios de risos
em lama que alma
lavava paz

pele ferida
na cerca rompida
arame afiado
desenha cortado
traços brincados
parte me faz

pensar não cabia
inocência tinha
o nascer trazia
criança brincadeiras
nunca esquecidas…

Flavia D’Angelo

*

no parquinho

na cadeira colorida
das rodas-gigantes
somos crianças
irmãos gêmeos
ingênuos
felizes

Ivy Menon

*

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Foto arquivo pessoal da poeta

Dói, menininha.
Sonho doído de noite mal dormida,
riso sofrido,
choro de tanta manhã sem acordar.
Menininha, que sina essa,
que envelhece sem dó
uma menina, tão cedo ainda,
sem poder lidar
com essa dor de vida
sem resposta?

Jô Diniz

*
Clara

menina que vai pela praia
num traço de saia
saiu há pouco de um sonho azul

suave como bailarina
desenha uma melodia
pra caixinha em que dou corda

canta ao sul pras gaivotas
abre os braços regendo as ondas
que lhe sopram margaridas de espuma

é tão claro o que pede
é tão perto o seu onde
ela nem sabe que é bela
o céu se inclina pra tê-la

menina, de que mundo que esfera
em que dia me encontra?
sonho em vê-la estrela
em seu sorriso, Clara!

Gustavo Terra

*

A Lua

.
Aquela bola amarela que rola bela
apagando estrelas
é a lua
em seu colar de arco-íris

ela parece o olho da noite
assim imensa e nua
e como se envergonhada ficasse
puxa a pálpebra negra
noite por noite
minguando sua claridade

então vira queijo, pastel, banana
e ao fim da pestana sorri
seu sorriso sem par

meio arlequim lunático
meio o gato de Alice
e como sempre se disse
assim vai embalando o mar

Oh, lua calma!
lar de São Jorge
nosso santo ordeiro
ilumina minh’alma
com seu lindo luzeiro!

Gustavo Terra

*

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Foto arquivo pessoal da poeta

POR QUE É PRECISO SONHAR

Reduto de sonhos, segredos
e algazarras, pequenina é a rua
que reúne, acolhe e conforta

Sobre ela brincam inocentes passos
e o horizonte desconhecido guarda
ações que determinam futuros…

Espiando por entre as árvores
vem Dona Lua brincar
de esconde-esconde

Exaustivamente felizes
meninos recolhem brinquedos
e sonhos cobertos de estrelas
e vaga-lumes

Sereno é o manto que cobre
todas as casas e acalenta
sonhos meninos.

Helena da Rosa

*

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Foto arquivo pessoal da poeta

Menino

– vive, menino!
e o menino ri
samba no sapato grande maior que o pé…

– anda, menino!
e o menino corre
voa, vira bala
ladeira abaixo…

ri, menino!
e o menino deita-e-rola
e amolece e gargalha
e o nariz escorre

– fala, menino!
e o menino cala
emudece
empaca
faz pirraça

– come, menino!
e o menino cospe
faz pouco
vomita no prato raso de refeição

– cresce, menino!
e o menino chora
esbraveja
sapateia
esperneia
mas obedece
e cresce

e morre o menino

Ivy Menon

*

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Foto arquivo pessoal do poeta

Haicai pro menino Benjamim

árvores…
vento…
dança!

Gustavo Terra

*

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Foto arquivo pessoal da poeta

Bolso de menino

Vida é ventania
desarranjo
quisera fosse
bolso protegido
de menino
antigamente
trocadilhos
pitangas
adivinhas
galhos
folhas
pedrinhas
coragem
pra pegar besouros
enfileirá-los
pra contemplar
o escolhido tesouro
das tardes de infância

Silvana Conterno

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Foto arquivo pessoal da poeta

Um girassol nascendo na lapela

Ainda por aqui
estou a decifrar primeiro o chão
depois o passo

enquanto isso
as chuvas são danadinhas
e ansiosas
por doces e travessuras

mea culpa
que insisto em cismar a vida
em outubro!

Joelma Bittencourt

*

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Foto arquivo pessoal da poeta

Fonemas de candura

em uma insólita manhã de domingo
cantadora de parábolas e apocalipses,
minha filha me olha e me desmonta
com a fórmula aurorescida da suavidade.

precipitam-se anfiteatros de soluços
diante dos nossos olhos recém-acordados.

nascem fonemas de candura
nos lábios pueris trapezistas de Júlia.

ela me diz com uma carícia na face
desembrulhada e amanhecida de faltas:

-pai, teu cabelo é circo.

Carvalho Junior

A trilogia da Formiguinha de Artur Madruga

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“Co-autores da história
Nos livros lançados pelo escritor Artur Madruga, não há ilustrações e sim um espaço para as crianças desenharem o que lhes vem à mente
Artur Madruga foi um dos escritores prestigiados na 61ª Feira do Livro. Natural de Porto Alegre, ele também é professor e pedagogo. No dia 5 de novembro, durante o evento literário, lançou os livros “A formiguinha grafiteira”, “A formiguinha inventora”, e “A formiguinha skatista”. Ele foi motivado a escrever livros infantis após ser convidado para ser patrono da Feira do Livro em Alvorada. Assim, a saga de livros pedagógicos de Madruga possui uma novidade. Ao invés de ilustrações, as obras possuem um espaço para os leitores desenharem a sua própria história. Desde os personagens, até as cenas e situações. “As crianças desenham o que proponho na narrativa. Assim, o livro também se torna pedagógico, pois o leitor é um co-autor da história”, conta.
A imaginação da criança é a palavra chave de suas obras. “Ao ilustrar, eles exercitam a leitura, o desenho e a pintura”, ressalta. Artur conta que antes de se render ao público infantil, recebia convites para ser patrono de feiras nas escolas em Alvorada, mas recusava-os pois, até então, suas obras eram destinadas a adolescentes e adultos. “Quando uma amiga me fez um convite para ser patrono, não consegui recusar”, admite o escritor. A partir do convite, Madruga começou a pensar o tema das publicações infantis até a ideia que mistura literatura e criatividade.
Para o futuro, o escritor revela que já tem o esboço do quarto livro da saga das formiguinhas e está pensando nos próximos. Uma certeza tem: todos serão baseados em sugestões de crianças. Além disso, o autor também está escrevendo um romance sobre sua vivência no período da Ditadura Militar. “Os romances e contos que escrevo são importantes, mas nada me deixa mais feliz que os livros infantis. Considero a literatura o caminho para a criança ser crítica e construir seus próprios valores. Isto é o mais gratificante”, finalizou.”

Texto: Adriano Dal Chiavon/UFSM e Sofia Schuck/PUCRS

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Trabalhos realizados pelas crianças

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Trabalhos realizados pelas crianças

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Trabalhos realizados pelas crianças

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Trabalhos realizados pelas crianças

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Encontro com o Autor Artur Madruga na escola

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Autor Artur Madruga, visita trabalhos realizados pelas crianças em exposição na biblioteca da escola

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Trabalhos realizados pelas crianças

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Autor Artur Madruga em palestra com as crianças

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Autor Artur Madruga realiza formação com os professores da rede municipal de educação de Alvorada-RS

Vídeo Mario Quintana CD CRIANCEIRAS