Como será o dia de paralisação da segurança pública em Alvorada

Policiais Civis e Brigada Militar organizam manifestações em todo o Estado

Dia deve ser de protestos em todo o Estado | Foto: Claudio Fachel / Palácio Piratini / OA

Como reação a um novo parcelamento de salários, servidores da área da segurança pública do Estado programaram paralisação geral nesta quinta-feira (4) em todo o Rio Grande do Sul.

A orientação dos sindicatos é a realização de operação-padrão das 6h às 21h, sendo que o movimento pode ser estendido por mais dias, até o pagamento completo da folha.

Em Alvorada os policiais civis devem aderir, atendendo apenas as ocorrências de vulto, que exijam a presença da autoridade policial. A ideia é não realizar apenas o trabalho interno nas delegacias e, assim, não prejudicar a população.

Já o comandante da Brigada Militar, tenente coronel Carpes, afirma que o efetivo estará todo na rua, cumprindo seu papel de segurança pública junto à comunidade. “Somos funcionários públicos e devemos servir ao público”, considera. Contudo, informalmente seus comandados afirmam que, se houver intervenção de “pessoas de fora que tranquem os portões”, como já aconteceu, “não poderemos sair”.


Serviços públicos

A Prefeitura de Alvorada afirma que, a princípio, não ocorrem alterações nos serviços prestados pela administração municipal. Mas, segundo nota, está levando em consideração a possibilidade dos servidores encontrarem dificuldades de deslocamento ao trabalho durante a quinta-feira e, por isso, as faltas serão abonadas.


Comércio

Em nota, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Alvorada (Acial) afirmou respeitar a posição da categoria e reconhece a legitimidade da reivindicação. Contudo, afirma que o momento que o país atravessa não é o ideal para este tipo de paralisação. “Entendemos que muitas pessoas necessitam trabalhar, e as empresas em geral ao longo dos últimos meses estão passando por momentos econômicos bastante difíceis”, diz o texto.

A entidade sugere que as empresas se organizem em forma de mutirão para fornecer carona para o transporte dos funcionários de maneira segura. “Caso nossa produção volte aos patamares pré-crise, com certeza haverá melhores condições do Estado arrecadar tributos e cumprir com suas obrigações junto a sociedade.  Esperamos que as dificuldades dos governantes sejam resolvidas o mais breve possível e que não venhamos a ter novos acontecimentos no futuro”, considera a nota.


Agências Bancárias

O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) conseguiu uma liminar para impedir a abertura das agências bancárias nesta quinta. A decisão é do juiz Jorge Araújo, da 5ª Vara do Trabalho do TRT-4 (Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região) e vale para todo o Estado. Bancos que descumprirem a medida serão multados em R$ 1 milhão por agência, segundo o sindicato.


Transporte Público

Segundo nota da empresa Soul, os ônibus devem operar normalmente nesta quinta em Alvorada. Em Porto Alegre, até o momento não há confirmação de uma possível paralisação dos serviços. Em comunicado nesta tarde, a Trensurb informou que os trens e o aeromóvel também devem operar normalmente amanhã.


 

 

Pronunciamento pelo Face
Em sua página no Facebook, o governador José Ivo Sartori gravou um pronunciamento aos servidores da segurança e aos gaúchos:

“Está anunciada para esta quinta-feira uma paralisação sindical. A data escolhida tem ligação política com as questões nacionais, isso faz parte da democracia. Espero que as manifestações ocorram dentro do que prevê a lei, de forma pacífica e ordeira. Nós não vamos tolerar qualquer ato de desobediência ou desrespeito aos 11 milhões de gaúchos. É neles que nós precisamos pensar, especialmente nos mais humildes.

O parcelamento de salários não é ato de vontade minha ou de quem quer que seja. Espero que os sindicatos não estimulem um clima de medo e pânico, pois isso só favorece a criminalidade. Os problemas do Estado só serão resolvidos de forma solidária, com seriedade e persistência. O Rio Grande do Sul é um só e ele é de todos nós.”

Fonte: O Alvoradense