A falta de luz no primeiro recalque de Alvorada afetou o abastecimento de água em todos os bairros de Alvorada e Viamão ao longo da manhã de quinta-feira, dia 27/11. O problema colocou os alvoradenses em alerta, uma vez que todo ano o drama se repete. Para evitar novos problemas e oferecer um verão mais tranquilo, Corsan e CEEE garantem que estão trabalhando na melhoria de seus serviços.
A instalação de válvulas redutoras de pressão e a substituição do material utilizado na rede são algumas das ações previstas pela Corsan para diminuir o problema de abastecimento de água, tão comum durante o verão no município. A CEEE também diz investir no aumento da capacidade da Subestação Viamão 2 e na instalação de o religadores automáticos em 12 pontos da cidade. Esses equipamentos possibilitarão maior rapidez no retorno do abastecimento em caso de queda.
Não basta saber, tem que arrumar
A regularidade do serviço de abastecimento de água pode sofrer alterações em função de falta de energia elétrica, eventuais problemas técnicos e operacionais, imprevistos na execução de reparos ou de acordo com a localização do imóvel, segundo enumera a companhia. A unidade de Alvorada, por exemplo, possui uma equipe de eletromontagem capaz de identificar a origem da falta de abastecimento tão logo cheguem as primeiras queixas da comunidade. Depois disso, entram em contato com a CEEE para que providencie o conserto.
Contudo, nem sempre essa comunicação entre as duas estatais funciona a contento. “Na quinta-feira chegamos ao local logo que fomos avisados, mas o pessoal da CEEE chegou cinco horas depois. A gente compreende que eles têm um grande volume de trabalho, mas a comunidade é quem sofre”, avalia o Coordenador Operacional da Corsan de Alvorada, Márcio Martins.
Gerador de energia não está nos planos
Um gerador de energia instalado na casa de bombas que capta a água do Rio Gravataí para abastecer Alvorada e Viamão poderia solucionar de vez o problema das constantes quedas, principalmente no verão. Contudo, Martins explica que o custo do equipamento é alto demais para o tempo que seria utilizado. “É a relação custo-benefício, como explicar ao TCE a compra de um gerador que vai ficar funcionar algumas horas durante dois a três meses, no verão, e ficar parado outros nove meses?”, exemplifica.
Ainda assim, mesmo com o gerador fora dos planos, a Corsan garante que investiu o suficiente para minimizar os transtornos já na temporada do verão 2014/2015. Uma das medidas é a substituição da rede, um investimento de R$ 3,8 milhões. De acordo com Martins, Alvorada possui 19 mil metros de rede de fibrocimento, um material parecido com telhas Brasilit, que são extremamente frágeis e de fácil rompimento. “Estamos trocando por material de PVC que tem capacidade de suportar grandes pressões”.
Outra medida é a instalação de válvulas redutoras de pressão em pontos altos da cidade. Martins explica que no verão, algumas zonas da cidade necessitam de um bombeamento mais forte para que a água chegue mais longe. Entretanto, ele lembra que a água deve chegar do ramal público com pressão mínima equivalente a 10 metros de coluna de água e máxima de 40 metros de coluna de água. “Essas válvulas fazem com que a pressão chegue certa nessas áreas evitando o rompimento da rede”.
Religação automática
De acordo com o gerente Metropolitano da CEEE, Marcelo Jacques Paludo, além do investimento superior a R$ 27 milhões que está sendo feita na subestação Alvorada 2, a companhia está aumentando a capacidade da subestação Viamão 2 com obras nos alimentadores 25, 26, 27 e 28. Nos dois primeiros foi realizada a substituição de 245 postes de madeira por concreto, num total de 17 km de rede. Já no alimentador 27 foram trocados 105 postes em seis quilômetros de rede compacta enquanto que no último, o 28, serão substituídos 207 postes em onze quilômetros de rede. O investimento total é superior a R$ 3 milhões.
Segundo ele, a companhia também está instalando religadores automáticos de acesso remoto, equipamento permite a religação da energia dentro do Centro de Operações da CEEE, sem a necessidade do deslocamento de uma equipe até o local onde houve o problema. “Isso significa um maior ganho em termos de tempo porque ela será religada automaticamente”. Os equipamentos serão instalados em 12 pontos de maior incidência de queda de energia na cidade.
Paludo entende que essas ações, mais a inauguração da subestação Alvorada 2, prevista para novembro de 2015, deverão melhorar o serviço na cidade. “É difícil quantificar, mas posso garantir que com o que estamos fazendo os alvoradenses terão um verão muito mais tranquilo”.
Fonte: O Alvoradense