O Ministério Público apresentou um balanço da operação Leite Compensado, que desmantelou um esquema de adulteração de leite no Rio Grande do Sul.
Segundo o promotor responsável pelo caso, Mauro Rockenbach, durante toda investigação o grupo criminoso foi monitorado por interceptações telefônicas.
Um dos investigados, detalhou o promotor, chegou a orientar ao telefone o seu motorista para que “separasse o leite da guachaiada”, se referindo aos filhos, antes de fazer a mistura.
“Ou seja, ele pedia para deixar para ele o leite bom, antes de mandar para o consumo da população o produto com a substância cancerígena”, destacou.
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Foram presas oito pessoas ligadas a empresas transportadoras responsáveis pela adulteração do leite, através da adição de água e ureia, substância que possui formol, considerado cancerígeno segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O total de leite movimentado pelo grupo, no período de um ano, chega a 100 milhões de litros. Mais de 100 toneladas de ureia foram adquiridas pelos envolvidos para utilização na prática criminosa.
Até o momento, foi possível apurar a presença de formol em lotes específicos das marcas Italac, Líder, Mumu e Latvida.
Durante o cumprimento dos 13 mandados de busca e apreensão, foram recolhidos diversos caminhões utilizados no transporte do leite, cerca de 60 sacos de ureia, R$ 100 mil em dinheiro e uma régua com a fórmula utilizada para medir a mistura adicionada ao leite.
Revólveres e pistolas com respectivas munições, soda cáustica, corantes, coagulantes líquidos e emulsão para obtenção de consistência, também foram apreendidos, entre outros produtos e documentos.
“Ouso dizer que esse crime é mais grave que o tráfico de drogas, pois o traficante vende para quem quer comprar o tóxico. Na adulteração do leite, o produto é entregue ao consumidor, que não tem nenhum conhecimento prévio sobre a situação desse produto”, avaliou o promotor.
Fonte: O Alvoradense