Os gramados que em outrora desfilaram Kalunga, Amarildo, Castor, Eraldo Kbeça entre outros tantos jogadores espetaculares, hoje está à deriva, estão jogados.

Na verdade o futebol do município em um todo está à deriva, sem comando, sem representação. Uma pena.

Para quem viu o Parque São Caetano lotado, as arrancadas de Kalunga e os gols de Amarildo pelo Bonsucesso, é uma lástima.

Os domingos eram maravilhosos no Campo do Flor da Serra e assistir Castor e Eraldo Kbeça, era como se ouvíssemos a 9ª Sinfonia de Beethoven.

Mas isso fica no passado, a realidade de mais de uma década para cá é outra, é dura!

O futebol amador de Alvorada passa por um momento delicado e, como disse, não é de hoje essa situação… Se ninguém abrir os olhos, o futebol de fim de semana será restrito as peladas onde os próprios participantes farão suas regras (o que já ocorre em muitos campeonatos locais) e não necessitarão mais de juízes, ou melhor, árbitros.

Alvorada precisa urgentemente passar por uma reciclagem completa no seguimento do futebol amador. Não temos praças de esportes que suportam tantas competições, ou sequer uma só.

As poucas que temos estão na UTI.

Não tenho dúvida nenhuma que o Poder Público é responsável por essa ruína.

“Mas vem cá???!!!”…

“Peraí!!!”…

Estes espaços não são cedências?

Se o município cede esses campos para os clubes, estes não tem o dever de cuidar? Manter? Limpar ou cortar a grama ao menos?

Fica a pergunta aí para que respondam.

Os dirigentes de Ligas se bancam em suas vaidades falando que seus campeonatos são melhores que da outra gestão. Mas que observamos nos últimos 20 anos que isso é um câncer que está comendo o futebol amador, pois são realizados de forma precária, sem nenhuma segurança, criatividade e “profissionalismo”.

Pois o que interessa mesmo para eles é: “Liga pro vereador lá e aperta um fardamento!”

Em tempo:

Não tenho dúvida nenhuma que o Poder Público é responsável por essa ruína, como já disse anteriormente, mas com políticas voltadas para a prática deste esporte no município e não com “doações” de fardamentos, bolas e afins.

E tenho propriedade para falar, pois durante um ano integrei a Secretaria de Esportes desta cidade e pude acompanhar a dura tarefa que é estar à frente deste espaço, onde o futebol é o carro chefe em Alvorada.

Os “tribunais” que deveriam colocar ordem na casa são os primeiros as se esquivarem da responsabilidade de punir os infratores. Se escondem em “leis” que na verdade não servem para nada.

Isso tem que mudar.

Atualmente temos na AFA (Associação Futsal Alvoradense) um belo exemplo, que depois de anos precária e sem credibilidade, deu a volta por cima elegendo uma nova direção responsável, de credibilidade e, principalmente, punindo severamente as ilegalidades dos atletas e clubes da competição.

Os clubes em Alvorada não precisam ter CNPJ (que isso hein?), são estruturas precárias, seus comandantes muitas vezes visam a vitória a qualquer custo, não se preocupam em montar um elenco capaz de conseguir as vitórias dentro de campo, “contratam” jogadores que por sua vez assinam para outros clubes nos mais diversos campeonatos do Estado e quando, as datas e horários coincidem, escolhem aquele que oferecer melhor gratificação. Com isso o dirigente vê o seu investimento ser ameaçado por não contar com as principais peças e eles responsabilizam a arbitragem pela derrota e não os jogadores que o deixaram na mão.

Claro que, por óbvio, temos exceções. E belas exceções aliás.

Estamos na eminência do início do Campeonato Municipal (se houver campeonato), o que esperar deste evento? Não temos estrutura para realizar uma competição com esta quantidade de clubes, não temos praças de esportes em condições, não temos clubes em condições, não temos tribunais em condições, não temos dirigentes em condições, não temos gestores de arbitragem em condições, não temos árbitros em condições, não temos condições…

A verdade é que não somente ao poder público devemos cobrar sobre esse processo eminente de falência, mas também aos dirigentes, que infelizmente não se qualificam, ao menos para que possam fazer uma competição organizada com a parte financeira custeada pelos próprios clubes, com a arbitragem sendo paga pelos recursos dos clubes em questão e a organização feita por uma comissão, onde estes que estão a frente a décadas não estejam.

O futebol precisa, assim como na política, de renovação, pois aqueles que estão a frente já provaram que o levaram a falência.

Finalizo essa semana questionando: “Secretário de Esportes, vereadores, diretor de Futebol Amador o que vocês pretendem com este campeonato? Senhores dirigentes de ligas, de clubes, o que pretendem com este campeonato? Senhores técnicos e jogadores o que pretendem com este campeonato? Gestores e arbitragem o que pretendem com este campeonato? ”

Por enquanto vejo uma só resposta: “Não realizar!”

Fica a pergunta, responde quem quiser.