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Adriane Garcia

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O melhor que li em 2016. Li muita coisa boa neste ano e citar apenas três é difícil. Mas vamos lá: Memória da bananeira (ed. Carniceria Livros), de Isadora Krieger, por ser um romance que revela muita criatividade e exercício de linguagem literária, sem deixar de contar bem uma história.

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+ Realidades q canais de TV (ed. Pitomba), de Reuben da Rocha, porque consegue aliar poesia com os sinais gráficos utilizados na comunicação mais jovem, do mundo urbano das grandes cidades, sem fazer disso um experimento artificial ininteligível, numa defesa da liberdade.

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Beijo, boa sorte (ed. Jovens escribas), de Ana Elisa Ribeiro, por ser um livro de contos que coloca de forma corajosa, sendo arte, a violência contra a mulher e o universo doméstico feminino.

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Jose Couto 

Quem gosta de boa poesia, do Brasil e dos brasileiros, vai encontrar tudo isso em “O Sapato Verde-Amarelo”. Os personagens de Clóvis Malta vivem, morrem e renascem a todo o momento diante de indagações como essas: “o que a vida reserva a um homem que não é amado, a uma mulher incapaz de amar?””O que pode esperar um povo interessado apenas em ser feliz?”.

Os leitores são conduzidos para além das entranhas de um país representado pela exótica combinação de cores do título, da vastidão de sua produção poética e de suas riquezas naturais – a começar pelas pessoas. Num universo de limites imprecisos entre o real e o virtual, como o enfrentado hoje pelos brasileiros, nada parece ser o que é, nem nós mesmos. Quem desafiá-lo, vai avançar também na percepção desse desejo que é de todos: amar e ser amado. O livro pode ser encontrado na versão digital.

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Lázara Papandrea, poeta do infindável rumor azul, dos poemas carregados com desejos sublimados, que não sabíamos existirem. Eu vos saúdo em pensamento e oração. Porque de teus versos nascem os pássaros, rios de vórtices adentrando o peito, carregando a solidão, abismos, ao centro do olho do furacão. Silêncios indecifráveis. Águas turvas e límpidas. Um deus embrião de puro delírio, êxtase transformando o azul em mais azul ainda. E depois…ilusões, o fugaz, a impermanência. Aura luminosa da linguagem, a decifrar e reinventar o caos. Eu vos agradeço poeta e vos ofereço a imprevisibilidade, o inesperado, a dimensão cósmica do sagrado e profano. O fluir do orvalho, na primeira manhã de sol nascente, em que divindades criaram as dualidades, as transcendências, o arché de Tales de Mileto, sopro inicial de todos verbos, raiz d’agua profunda de tua escrita, marco inicial da mutação de todos os poemas, seio onde metáforas se harmonizam e se encontram, em constante ebulição.

Jose Couto

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“vejo, sinto e devoro a poesia de Lourença Lou: personalíssima e intransferível. Nua ao nos expor os avessos da pele e os intestinos dos poros. Audaciosa, caravaggiosa e despudorada ao enfiar o indicador na ferida exposta e suja das almas e duvidar, com perguntas incandescentes, da legitimidade do vermelho que confere vida à gota nevrálgica do sangue passional. Poesia provocadora e derramada de sensualidade como o bordel do Éden no romance Gênesis. Contraditória como os ventos de Abril que anunciam Sol, mas explodem em lágrimas outonais. Poesia louca e tirana como uma deusa apavorada de amor que expõe o eleito dos seus desejos à sanha das palavras. Poemas essenciais como devem ser os diálogos entre as informações vitais de quem leu, viu, apalpou e se fez arqueira de flechas com pontas de Emocionol que invadem os vãos da vida para ativar nosso Tempo de Sentir e nossos corações acidentais.

Lourença Lou é estrela e sua Poesia candente. Em tempo: Os poemas de Lou são escritos em Mundês!”

Wander Porto

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“Lourença Lou não escreve poemas. Materializa diamantes raros.”

José Couto

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“Eis o exercício a que a poesia de Lourença Lou se dedica, ao andar pelo fio de arame farpado dos sentimentos: encontrar o delicado e frágil equilíbrio entre a confiança, a tensão, e o perigo. Sem pressa. Sem afoiteza. Com cuidado, sensibilidade, técnica e arte.”

Leila Míccolis

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“Mas se se trata de uma poeta pluritemática, multí- voca, fatalmente ela se expande em todos os aspectos. Somente há uma exceção: o acabamento verbal, a artesania, o desenho dos poemas, esculpidos, ora com delicadeza, ora com uma força capaz de convocar o leitor para uma queda de braços.”

Paulo Bentancur

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“Lou, nos mostrava a ousadia e a lírica elegante de seu trabalho artesanal erguido através de palavras que se propunham não o impacto sensual, mas o que ainda era possível ser feito nesse gênero. E transbordá-lo posteriormente, ao mostrar-nos o quanto a prosa poderia sintetizar-se em pura poesia, derramar-se e oferecer-nos versos de uma amplitude além do erotismo, em seus fragmentos cotidianos, vitais. Postulando, destarte, o próprio erotismo adjacente que se insurge de seus poemas. Percebido, mesmo que não sentenciado. Usando palavras que acariciam o silêncio de nossas leituras e das imagéticas paisagens que desfilam enlouquecidas em nosso imaginário, assistimos o nosso íntimo reconstruir a independência das nossas afirmações provisórias.”

Artur Madruga

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