Ao anunciar sua filiação ao PSB, na tarde de sábado, Marina Silva não só pegou o Planalto de surpresa como modificou consideravelmente o cenário político para a sucessão presidencial de 2014.
Especialistas e cientistas políticos ainda consideram cedo avaliar se o passo foi o mais acertado para a criadora da Rede, partido que teve o pedido de criação negado na quinta-feira (3). Há, no entanto, consenso de que a estratégia deixou o PT preocupado.
Segunda colocada em todas as pesquisas de intenção de voto – na última, do Datafolha, figurou com 26% – Marina afirmou em coletiva que o candidato do PSB é Eduardo Campos. Se é verdade que não anunciou ser candidata à presidência, também é verdade que não negou.
A suposta intenção de colocá-la como vice é frágil. Internamente já começou a pressão para que os socialistas abram mão de Eduardo Campos na cabeça da chapa para 2014 – com 8% nas pesquisas – e ceda espaço para a nova companheira. “Sobre 2014 decidiremos em 2014”, desconversou Campos. A estratégia, no entanto, deve ser a de aguardar novas pesquisas para realizar uma avaliação da união das duas siglas.
A proposta do acordo entre Rede e PSB partiu de Marina, segundo ela mesma revelou no sábado. “Não estou me filiando como militante”, avisou. A intenção, também conforme as palavras da ex-senadora, é criar “o primeiro partido clandestino da era da democracia no Brasil”.
Com a aliança, a Rede passa a existir “ilegalmente” dentro do PSB. Após as eleições do ano que vem, no entanto, o grupo deve deixar a legenda rumo ao então oficializado partido de Marina. Por ser uma nova legenda, os políticos que realizarem a manobra não correm o risco de perder os cargos que eventualmente tiverem conquistado nas urnas.
A decisão foi polêmica. Nas redes sociais, campo onde Marina mais se sente à vontade e de onde obtém maior apoio, a coligação – definida como programática e não pragmática pela ex-senadora – foi duramente questionada, inclusive pelos próprios militantes da Rede. Marina, no entanto, garante que a decisão foi a “mais acertada para nos afirmarmos com um partido e influenciar a política brasileira a partir do nosso programa”.
Há, ainda, o desafio de costurar os apoios nos Estados. Marina e Campos se apressaram em garantir que muito precisa ser debatido internamente. É verdade. Em alguns casos há cenários extremos, com ruralistas e ambientalistas podendo dividir o mesmo palanque.
Dilma e Aécio desembarcam no RS Cientes de que tem, agora, um desafio ainda maior para o próximo ano, Dilma e Aécio devem intensificar as agendas de viagens pelo país. O Rio Grande do Sul não fica de fora.
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e o senador Aécio Neves (PSDB) desembarcam no Estado nos próximos dias. Dilma faz visita oficial na sexta-feira e deve passar o fim de semana. A agenda prevê a inauguração de cinco escolas de educação infantil em Novo Hamburgo, mas há expectativa de anúncio sobre as obras da segunda ponte do Guaíba. Integrantes do Piratini descartam novidades em relação ao metrô porque o governador Tarso Genro estará em viagem.
Aécio estará em São Leopoldo na outra sexta, dia 18. “Será um grande ato político para nosso presidente e futuro candidato à Presidência da República”, diz o presidente do PSDB gaúcho, Adilson Troca.
Fonte: O Alvoradense