Em entrevista ao Alvoradense na manhã desta segunda-feira (27), o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Alvorada (Sima), Rodinei Rosseto, criticou duramente a posição da prefeitura quanto à falta de diálogo com a categoria.
Segundo ele, as dificuldades de trabalho dos monitores nos abrigos são enormes. Rosseto enumera os problemas e diz que neste final de semana, por exemplo, havia apenas um servidor para cuidar de 16 crianças, entre elas quatro cadeirantes e quatro bebês. “O projeto que deveria ser regulamentado no ano passado pela Câmara de Vereadores prevê que para cada grupo de dez crianças sem necessidades especiais, dois servidores fiquem responsáveis”, explica.
Além do acúmulo de trabalho, o sindicalista denuncia falta de servidores nas áreas de segurança e alimentação. “Neste final de semana agora não tinha cozinheira no abrigo”, exemplifica Rosseto que denuncia, ainda, falta de leite para servir às crianças.
Os grevistas reclamam da falta de diálogo da prefeitura, que não teria disponibilizado nenhum representante para falar com a categoria desde o início das paralisações. “O sindicato não se vende. Queremos negociar de forma madura. Enquanto não formos ouvidos e recebermos alguma proposta que melhore as condições de vida das crianças e de trabalho dos servidores, não acabaremos a greve”, garante Rosseto.
Prefeitura contesta versão dos grevistas
Por meio da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da prefeitura, o governo municipal afirmou que reconhece os problemas enfrentados pelos monitores sociais nos abrigos, mas lembrou que as instituições estavam sob intervenção da Justiça, situação que foi revertida há pouco tempo.
“Tivemos que eleger prioridades e quanto conseguimos retomar a direção dos abrigos, já tivemos um avanço”, explica Charles Scholl, coordenador da CCS. Ele garante que a prefeitura está atenta aos problemas e deve encaminhar soluções. “Não temos como reverter tudo de uma vez só, mas vamos avançar”, afirma.
Scholl, no entanto, contestou a falta de diálogo alegada pelos grevistas. “Desde o ano passado recebemos o sindicato no dia 15 de cada mês com uma comitiva de três secretários. Não é verdade que não dialogamos”, contesta. Segundo ele, a prefeitura apresentou proposta de reajuste salarial aos servidores de 16% acima da inflação, além de 45% de adicional no salário base para monitoria.
“Não podemos nos submeter à agenda dele [presidente do Sima]. Nós nunca deixamos de dialogar. Essa relação com o sindicato não expressa a realidade dos monitores”, avalia o coordenador.
Fonte: O Alvoradense