Pela primeira vez desde o início da crise financeira que atingiu os cofres da Prefeitura, o governo não garantiu o pagamento em dia dos salários de janeiro.
Durante a reunião ocorrida na quarta-feira (7) entre servidores, prefeito e membros do governo, a questão foi tratada com cautela. “Não temos certeza porque precisamos analisar a movimentação financeira ao longo do mês”, esclareceu Ramiro Passos, secretário de administração.
Ao ser questionado pela imprensa após o fim da reunião sobre a possibilidade de atraso nos pagamentos, Serginho negou que tenha falado a respeito. “Ainda é cedo demais”, explicou.
Na reunião, contudo, nenhum membro do governo descartou por completo a possibilidade, o que demonstrou mudança do posicionamento até então adotado pelo governo. Em entrevista ao jornal O Alvoradense no dia 11 de dezembro, Ramiro Passos foi enfático ao afirmar que o problema de falta de dinheiro atingiria apenas aquele mês. “A medida (de empréstimo) foi adotada para o salário de dezembro. Se fores pegar outras leis que tratam de 13º salário elas não deixam isso muito claro, para que se instaure em outros meses correntes seguintes. Mas pra gente é dezembro”, garantiu.
Questionado sobre o que levaria a prefeitura a não incluir janeiro nos planos, Ramiro respondeu que “é uma virada de exercício, é um novo orçamento, é uma perspectiva de outros repasses governamentais, é um outro cenário que está se apresentando. Queremos deixar bem tranquilo que a questão aqui é dezembro.”
Um novo empréstimo está fora dos planos do governo, o que não significa tranquilidade para os próximos meses. Serginho reclama da falta de R$ 4 milhões em repasses do governo do Estado e, até o momento, não há sinais de que o valor será quitado em breve.
O parcelamento do salário de cerca de 10% dos servidores – conforme projeção da prefeitura – e o início do pagamento do financiamento da folha de dezembro, somados a queda da arrecadação verificada nos últimos meses com os atrasos de repasses do Estado e da União, indica um cenário difícil à frente.
A projeção mais otimista do governo é que a situação dos cofres devem melhorar a partir da segunda quinzena de janeiro e, por tanto, os salários estariam garantidos. O cenário de falta de pagamento vivenciado no mês de dezembro, contudo, se repetiria já em outubro, o que exige medidas de contingenciamento desde já.
Fonte: O Alvoradense