A prefeitura resolveu partir para o ataque. Apesar de haver consenso na cúpula do Governo do Estado quanto à construção do Hospital Regional em Alvorada, na Assembleia Legislativa o cenário é de incerteza.
Na semana passada o governo retirou o pedido de urgência do Projeto de Lei que altera o local de construção da casa de saúde, disputada entre Alvorada e Gravataí, o que animou as lideranças políticas do município vizinho.
A’O Alvoradense a deputada estadual Stela Farias (PT), no entanto, garantiu que a manobra não significou recuo por parte do Governo. “Retiramos porque no mesmo dia foi votado o Passe Livre, que mobilizou vários setores da sociedade, e caso mantivéssemos a votação sobre a localização do hospital não haveria espaço nas galerias para comportar tanta gente”, explicou Stela.
Enviado para a Assembleia Legislativa pelo governador Tarso Genro, o PL modifica em um dos artigos do Plano Plurianual do Estado. Na prática, a substituição de “Gravataí” para “Vale do Gravataí” do texto, viabiliza a troca do local de construção do hospital, que viria para Alvorada, às margens da RS 118.
Na semana passada um requerimento de audiência pública encaminhado por Stela para discutir a instalação de hospital em Alvorada foi rejeitado com seis votos contrários e quatro favoráveis na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa. Os deputados contrários à audiência, Gilberto Capoani (PMDB), Silvana Covatti (PP), Maria Helena Sartori (PMDB), Cassiá Carpes (PTB), Pedro Pereira (PSDB) e Adilson Troca (PSDB), argumentaram que a localização do hospital em Gravataí, e não em Alvorada, já constava no Orçamento do Estado e que a retomada da discussão só serviria para acirrar os ânimos das comunidades.
Foram votos vencidos na tentativa de viabilizar a audiência, os deputados Marisa Formolo (PT), Marcos Daneluz (PT), Gerson Burmann (PDT) e Carlos Gomes (PRB). O revés pode ser lido como um sinal de vitória parcial para o prefeito de Gravataí, Marco Alba (PMDB), que tem realizado há semanas um forte movimento entre os deputados para não deixar passar a alteração.
Antes na retaguarda, Alvorada também decidiu pressionar. Nesta segunda e terça-feira (23 e 24), uma comissão formada por lideranças políticas, empresariais, religiosas e comunitárias da cidade vai à Assembleia tentar convencer os parlamentares.
Com a retirada do pedido de urgência, o projeto deve passar pelas comissões da Casa antes de ir à plenário, o que deve intensificar ainda mais a disputa entre as duas cidades. A construção do hospital está orçada em R$ 140 milhões e representa não só um investimento em saúde, mas o desenvolvimento econômico da cidade que receber o empreendimento.
Fonte: O Alvoradense