O Rio Grande do Sul é o estado do Brasil com o maior número de registros de acidentes tóxicos. Entre as principais vítimas estão crianças de zero a cinco anos. Os números servem de alerta, já que na quinta-feira, dia 20, foi o Dia Estadual de Prevenção aos Acidentes Tóxicos. Segundo o Ministério da Saúde, a cada cinco casos de intoxicação no país, um é no RS. Somente em 2014, foram atendidos 4.894 casos de intoxicação com crianças abaixo de seis anos no Centro de Informações Toxicológicas do RS (CIT).
No período de 2005 a 2014, foram registrados pelo CIT, 197.814 mil atendimentos de intoxicação humana. Deste total, 47.640 (24%) tiveram como vítimas crianças abaixo de seis anos. A maioria dos casos, 18.648 registros (39%) foram com medicamentos, seguida das intoxicações por domissanitários (substâncias destinadas à higienização e desinfecção domiciliar) que somaram 7.770 casos (16%). O percentual de 92% das intoxicações ocorre dentro de casa, com 44.022 registros.
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De acordo com o diretor do CIT, vinculado à Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), Alberto Nicolella, o mais emblemático é que as intoxicações de crianças abaixo de seis anos ocorrem dentro de casa após a ingestão acidental de algum tipo de saneante ou medicamento, em ambiente em que se imagina que a criança esteja sob a proteção e supervisão dos pais.
Ele explica que é preciso extremo cuidado com produtos químicos domésticos, como materiais de limpeza e higiene, inseticidas, raticidas, plantas tóxicas e medicamentos que são usualmente armazenados em locais ao alcance das crianças. “O pico máximo das intoxicações de crianças é com dois anos de idade. Se os pais ou responsáveis tivessem o cuidado de retirar os medicamentos das mesinhas de cabeceira e os produtos de limpeza debaixo da pia ou do tanque, uma queda drástica no número de casos seria observada”.
Fonte: O Alvoradense