Sem a presença de Geovani, convenção do PDT elege Valter Slayfer candidato

Disputa no partido, contudo, deve se estender pela semana

Convenção aprovou chapa pura, com Valter Slayfer e José Gomes, cenário que ainda poderá ser alterado com outras coligações | Foto: Jonathas Costa / OA

Sob uma nuvem de incertezas, o PDT realizou neste domingo (31) a convenção que deveria por fim ao impasse entre Valter Slayfer e Geovani Garcia. Marcada para começar às 9h, o cerimonial foi aberto próximo das 11h. Cerca de 150 filiados e simpatizantes estiveram presentes. Apesar da visita de vários representantes de partidos, os membros do diretório aptos a votar acabaram aprovando por unanimidade chapa única, com Valter Slayfer como candidato a prefeito e José Carlos Gomes a vice.

O cenário, contudo, segue aberto. Segundo o vice-presidente do PDT, Valmor de Freitas Jr., o partido segue em busca de um candidato a vice de outro partido. A possibilidade foi inclusive registrada em ata. A demora para o início do evento foi justamente a busca por um nome para compor com Valter. Meri Brum (PR) chegou a ser cogitada, mas seu nome acabou não anunciado. Acompanhada de simpatizantes, Meri esteve na convenção, mas saiu antes do fim e não chegou a sentar na mesa das autoridades. Júlio Bala (PMDB), Gerson Luís (PTB), Jussara Mendes (PSD) e Miro Eletricista (PRB) também passaram pelo diretório pedetista durante a manhã.

Geovani Garcia não compareceu ao evento. As cédulas de votação para a disputa entre os dois pré-candidatos estavam prontas, mas não chegaram a ser utilizadas. Alguns de seus apoiadores estavam na convenção, mas optaram apenas por acompanhar a votação, sem se manifestar. Quando anunciado no microfone, o membro da executiva Tiano Caduri decidiu por não compor a mesa, e assistiu o evento do fundo. Ele, que é próximo a Geovani e candidato a vereador, também não se juntou ao grupo de candidatos à Câmara na hora da foto oficial.

O grupo que defende a candidatura de Geovani ainda aguarda o julgamento de um agravo nesta segunda-feira (1º) que, se aceito, pode anular a convenção deste domingo. Valmor de Freitas vê como improvável uma reversão. “Depois de feita a convenção temos o que chamamos de ‘ato jurídico perfeito’”, defende ele, que também é advogado e foi autor da liminar que garantiu a retomada do diretório municipal.

Até os últimos minutos antes do início da convenção, internamento as duas alas do partido alinhavam estratégias. A possibilidade de um acordo entre ambas as partes foi levantada, mas não avançou.

Anunciado como vice, José Carlos demonstrou certo desconforto e sorriu apenas uma única vez, quando foi instigando por uma militante. Em seu discurso, disse ter sido pego de surpresa. “Hoje pala manhã quando levantei – eu tenho dormido mal nos últimos dias – pedi a Deus que nos desse um bom domingo. Caiu outra coisa no meu colo que eu não esperava. Mas eu também não vou fugir da luta. Farei o possível para desempenhar um bom trabalho”, afirmou. Ele também pregou a unidade no partido, pedido que foi o tom de praticamente todas as falas durante a manhã. Vereador do PDT em Porto Alegre, Delegado Cleiton também discursou e disse que trazia uma mensagem de “paz e união”.

Se nos bastidores o clima de incerteza e tensão prevalecia, na plateia que assistiu a convenção o nome de Valter era uma unanimidade. Ele foi muito aplaudido e disputado para fotos. Ao microfone, disse que assumiu uma missão no partido e que ele iria cumpri-la. “Hoje se encerra um ciclo de debates e desgaste. Rumo à vitória!”, defendeu. Ele optou por não tecer críticas a Geovani, a quem se referiu como “um líder e uma referência para mim”. O candidato também pregou a unidade da sigla: “Temos que estar unidos, se não for assim não vamos a lugar nenhum.”

Marca do PDT neste pleito, a disputa se fez presente até mesmo entre os candidatos a vereador, mas em um clima bem mais amistoso. A sigla fechou nominata completa e apresentou neste domingo seus 26 nomes na disputa. Alguns ficaram de fora devido ao limite estipulado pela lei. Valter também pediu aos pré-candidatos que não conseguiram a vaga que auxiliem o partido na busca de votos. “Ganhará esta eleição quem tem militância”, proferiu.

Entre apelos judiciais e negociações com demais siglas para fechar a composição da chapa, a decisão do cenário eleitoral no PDT deve avançar pela semana. As incertezas deixam em compasso de espera outros partidos e arrasta o desfecho da disputa para os minutos finais. O prazo para que todos realizem convenções acaba na próxima sexta-feira (5). “Deus queira que essa semana seja mais calma”, pediu Valter.

Fonte: O Alvoradense