Dias atrás minha amiga e professora Tatiane Roland comentou, no facebook, sobre o desejo de assistir um filme que me chamou atenção: O Começo da Vida. Imediatamente fui consultar o “oráculo”, na cata de algo valioso. Lembrei dos velhos tempos em que atuávamos na Secretaria de Educação, e também de nossas articulações. Volta e meia o pedagógico articulava com o pessoal da Sala Verde (Tati, Marco Verdade, Isoéte, Anderson Biguá) para chamar as escolas de EJA e assistir e debater documentários sobre a temática ambiental – inclusive recebi, de presente, curtas-metragenes feitos pelos alunos da época, e que guardo com muito carinho.

Que saudade daqueles tempos, em que fazíamos atividades para juntar o pessoal, a custo praticamente zero… mas o desejo da Tati de assistir ao documentário se transformou no meu desejo, e hoje vou escrever sobre o amor. Logo eu, um ser assumidamente anti-romântico? Na verdade, o que escrevo é pensando no meu amor, na dona do meu coração: a Marina, que a cada dia que passa me ensina que não sou o ser tão “frio” o quanto imaginava.
Imaginei que seria mais um daqueles filmes lindos sobre como é que um bebê se desenvolve, ao longo dos noves meses (ou pouco menos), na barriga da mãe. Nada disso: o filme mostra algumas das recentes descobertas por neurocientistas. Em específico, retrata a primeira infância, que é aquela que vai desde o momento que bebês nascem e vai até os seis anos de idade. É um FIL-MA-ÇO!

Filmado junto com especialistas, pais e mães do Canadá, na Índia, na China, no Quênia, na Itália, na Argentina, nos Estados Unidos e na França, o documentário mostra que a Primeira Infância é o período em que acontece a maior atividade cerebral do ser humano. Por causa disso, é a fase em que a criança deve ter a maior quantidade possível de estímulos. E mais: mostra que as crianças não são resultado apenas da genética, mas da combinação com a qualidade, com o ambiente em que a criança é criada, considerando que suas relações tem peso considerável.

Por mais óbvio que possa parecer, o filme mostra como é que o brincar é a principal forma com que as crianças descobrem o mundo. Jogando coisas ao chão, fazendo barulhos com o corpo e através de repetições, as crianças descobrem padrões para entender o mundo em que vivem. Pouco importa a cultura, a nacionalidade, a cor de pele, as condições financeiras ou orientação sexual dos pais, mães ou de quem cria. O fundamental é brincar junto, sempre tendo o amor e carinho como referencial, para que amanhã a criança tenha autonomia.

Afinal de contas, qual o sentido de ter filhos se não for para que as gerações futuras sejam melhores que a nossa? É exatamente por isso que o filme tem esse nome: a vida de uma criança começa quando elas nascem e interagem com o mundo. Da mesma forma, isso também acontece com pais e mães. É um convite, uma chance nova que recebemos para nos tornar seres viventes melhores. Não é por acaso que se diz que a verdade está com as crianças…

Dirigido pela experiente Estela Renner, que já tem em seu currículo outras excelentes produções: “Criança, a Alma do Negócio” (sobre publicidade infantil), “Muito Além do Peso” (sobre obesidade infantil) e “Tarja Branca” (sobre o espaço do lúdico), o filme foi acolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Lançado no começo de junho, o filme contou com exibições gratuitas nas salas de cinema; considerando-se que apenas 7% das cidades brasileiras tem cinema, o filme pode ser exibido gratuitamente a partir de agendamento na plataforma VideoCamp, para que a mensagem do filme chegue ao máximo possível de pessoas. E há outra alternativa: fazer o download da versão dublada aqui.

Para o magistério, em especial a quem está professor em área de conhecimento, o recado do filme é bastante claro: crianças e nós, seres, humanos, somos seres muito mais emotivos do que racionais. Se nosso objetivo é garantir, em sala de aula ou fara dela, a aprendizagem, a afetividade é ponto de partida, não de chegada.

 


 

Em tempo (1): sábado próximo, dia 9 de julho, promete ser bastante agitado, pois a festa julina ocorrerá em várias escolas: E.M.E.F. Antônio de Godoy (10h até 16h) E.E.E.M. Carlos Drummond de Andrade (tarde, após 14h) e E.E.E.M. Júlio Cesar (tarde, após 14h), entre outras. Além disso, a partir das 16h teremos o Arraiá dos vizinhos na sede da ONG Embrião; e a partir das 22h no galpão do União (com entrada antecipada a dez reais), o Arraiá da Galera.

Em tempo (2): resultado de curso de formação de agentes culturais, o coletivo de cultura é um grupo atuante, realizador e está de parabéns. Mobilizados nas eleições, o grupo elegeu cinco integrantes para compor o Conselho Municipal de Cultura. No total foram doze as pessoas eleitas, sendo que mais doze pessoas serão indicadas pelo Executivo Municipal. A eleição desses integrantes é a garantia de diversidade, pois as atividades culturais não devem se concentrar apenas no Carnaval e no “tradicionalismo”.

Em tempo (3): por falar em amor, uma das atividades mais significativas que as escolas podem proporcionar aos alunos são as atividades externas. A professora Vanessa Rossoni, minha colega que leciona geografia na E.M.E.F. Cléo dos Santos está organizando saída de campo com seus quarenta alunos dos nonos anos. No entanto, e diante da crise econômica que assola o país, além do fato de que a escola alega não ter condições de custear a proposta, ela optou por não desistir tão facilmente, e tomou a iniciativa de pedir contribuições financeiras pelo facebook. Pelo terceiro ano consecutivo, o projeto já conta com a linha turismo da Epatur com gratuidade. O pessoal visitará o museu da BM, do Exército e o Júlio de Castilhos. Por causa da escassez de verbas, ano passado a proposta acabou não acontecendo. Que tal este ano fazer as coisas acontecerem? Já paguei o mico… qualquer valor poderá ser depositado nas contas da Vanessa. Quem sabe alguma empresa de ônibus possa patrocinar a ideia? Afinal de contas, para muitos alunos, a oportunidade talvez seja única; por isso seria maravilhoso se acontecesse. De todas as saídas com meus alunos sempre tive excelentes resultados, por isso apóio.

Em tempo (4): a presidenta Dilma Roussef fez a proeza de inaugurar a bizarria aplicada à política nacional. Em entrevista, desautorizou sua torcida, quando disse que “eles não me tiraram, não. Eu continuo sendo presidenta”. E vai mais longe ainda: assume para si toda a política de entreguista do pré-sal e mente descaradamente quando disse que não retirou direitos trabalhistas, disse que não fez aliança com a ala evangélica e com o que há de pior na vida política desse país, entre outros absurdos. É a legítima piada pronta, com gargalhadas garantidas.