Como você interpreta os dias quando você acorda? Seria mais um, ou menos um dia em sua vida? A verdade é que, em cada despertar diário, estamos envelhecendo. Para o ano de 2050 a expectativa no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que existirão mais idosos do que crianças abaixo de 15 anos.
Fenômeno este nunca antes observado na população mundial. A diferença é que em países desenvolvidos, a população enriquece enquanto as pessoas envelhecem, e nos em desenvolvimento o envelhecimento populacional é mais acelerado do que o socioeconômico.
Se fizermos uma simples comparação é possível perceber que o número de filhos que os nossos avós tiveram, na maioria das vezes, é o dobro do número de filhos dos nossos pais. Tal fundamento se dá pela baixa mortalidade e gradualmente, a baixa fecundidade. Porém, viver mais não é sinônimo de viver saudável. Sobrevivemos em meio a uma crise nacional em nossa saúde pública.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, a velhice não é uma doença e sim uma etapa evolutiva na vida do ser humano. Sobretudo para chegar na melhor idade livre de comorbidades, é necessário ter adotado medidas ao longo de sua existência, de caráter prevencionista e de promoção de saúde. Mesmo havendo uma política nacional específica para o idoso, ela comporta a lista de mais um belo decreto que, na prática, pouco resultado se percebe.
Um dos principais agravos que pode afetar a pessoa idosa é a perda de sua capacidade funcional. Naturalmente nesta faixa etária de vida se consome mais os serviços de saúde. As internações hospitalares e o tempo de ocupação de um leito também é maior. A abordagem à saúde do idoso se tornou um desafio para a medicina moderna. Ela é entendida como a interação entre a saúde física, a saúde mental, a independência da vida diária, a integração social, o suporte familiar e a independência financeira.
Devido a esta complexidade na humanização do cuidado, é crescente a multidisciplinaridade de equipes com conhecimento em gerontologia e geriatria. As instituições de longa permanência para idosos (ILPI) também aumentaram significativamente nos últimos anos, substituindo os asilos e tornando-se a mais nova modalidade de atendimento ao idoso fora do ambiente hospitalar.
Nas próximas edições continuaremos falando sobre a saúde do idoso, quais são as doenças que mais acometem a melhor idade; o aumento do índice por contaminação do vírus HIV e as condições reais do cuidado na maioria das casas geriátricas.
Forte abraço, e até a semana que vem!
Fonte: BRASIL. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde