Frente à pressão de autoridades políticas, empresários e comunidade, o Governo do Estado recuou e devolveu para estudo um bloco de oito rodovias da Região Metropolitana, Litoral e Serra, pertencentes a três pacotes de concessão.
O ponto mais questionável é justamente a ERS 118, que corta Alvorada, ligando o município a Viamão e Gravataí. O governo quer que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), responsável pelos levantamentos que embasaram o projeto, diga se é possível que a rodovia não tenha pedágio. Estes estudos serão realizados em até quatro meses e após o haverá uma audiência e consulta públicas.
Há ainda duas alternativas, a primeira seria dividir o valor da tarifa entre dois pontos de cobrança e outra opção, usar recursos públicos para que a empresa vencedora do leilão execute a principal obra da RS-118, ou seja, a duplicação de 15 quilômetros entre Gravataí e Viamão.
Para o governador Ranolfo Vieira Júnior, a ERS 118 é diferenciada por se tratar de uma rodovia praticamente urbana; usada diariamente por motoristas no deslocamento entre casa e trabalho. Esta questão vem sendo apresentada por empresários e políticos, que lembram ser Alvorada um dos municípios com menor PIB per capita do RS, sendo diretamente prejudicado em caso de instalação do pedágio, que poderia afastar investimentos ao município.
Deputada Stela Farias
Em seu pronunciamento na Assembleia Legislativa RS esta semana, a deputada alvoradense Stela Farias lembrou a criação do “Movimento RS-118 Sem Pedágio”, que tem no anúncio do Governo do Estado uma vitória.
“Uma vitória das lideranças empresariais, políticas e comunitárias da região, que tem que ser saudada. Estão há mais de um ano lutando contra este absurdo de uma praça urbana na mais populosa área da região Metropolitana de Porto Alegre e que vai atingir diretamente os municípios de Alvorada e Viamão, que são os dois menores PIBs per capita do Estado”, disse.
Segundo a deputada, o recuo do Estado, no entanto, não significa que o risco se extinguiu. “O governo precisa abandonar definitivamente o plano de pedagiar essa rodovia urbana de fluxo diário que sacrifica mais de 50 mil moradores de Alvorada e mais de 90 mil de Viamão que se deslocam diariamente por ela”, defendeu.