Anunciadas como um grande reforço no combate à violência em Alvorada, as 23 câmeras de videomonitoramento instaladas em janeiro de 2010 pela prefeitura estão estragadas há mais de um mês.
Os aparelhos, que estão instalados em pontos da cidade considerados importantes, foram conquistados junto ao Governo Federal através do Pronasci. Mais de R$ 930 mil foram investidos em todo o projeto que inicialmente estava sob a supervisão da Guarda Municipal.
O controle da operação, no entanto, acabou sendo repassado à Brigada Militar, que montou um centro de videomonitoramento na sede do 24º Batalhão da Polícia Militar (BM), no Centro da cidade.
Segundo a BM, os aparelhos já estavam apresentando falhas há meses. Entretanto foi no temporal dias antes do Natal que todo o sistema entrou em colapso. Desde então todas as câmeras estão fora de operação.
Falta de manutenção atrapalha investigações
Já no primeiro semestre de 2012 nenhuma das câmaras estava apta a gravar imagens, o que na prática inviabilizava o trabalho de investigação da polícia. Se não faltasse manutenção o desabamento parcial do Supermercado Oliveira, ocorrido em outubro, poderia ser melhor explicado.
Isso porque no momento do acidente funcionários de uma construtora perfuravam o solo ao lado do estabelecimento. Há menos de 100 metros do local há uma câmera de segurança instalada. Segundo apurou O Alvoradense, o aparelho registrou o tumulto logo após o desabamento, assim como o que ocorria no terreno ao lado do mercado segundos antes de tudo vir abaixo.
Como havia falha no equipamento, as imagens serviram apenas para alertar a polícia da ocorrência, já que eram transmitidas ao vivo para a sala de comando. No entanto, nenhuma imagem pode ser resgatada para que o trabalho de investigação pudesse apurar com precisão as causas do acidente.
Situação semelhante vive Jorge Douglas Sperandei Ribeiro, que se envolveu em um acidente de trânsito. “O outro motorista está me processando e diz bem diferente do que realmente aconteceu”, explica Ribeiro. “As imagens poderiam me ajudar a esclarecer os fatos”, avalia. Segundo a BM, todo o cidadão que necessite de acesso às imagens pode buscar via judicial.
Prefeitura promete concerto “o mais rápido possível”
Segundo a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da Prefeitura, todo o sistema de videomonitoramento estava sucateado. “Eles trocavam os reatores dos aparelhos que logo acabavam queimando o que, na prática, deixava as câmeras ligadas por no máximo dois dias”, explica Éverton Carvalho, assessor de imprensa da CCS.
Técnicos da Direção Geral de Informática (DGI) já trabalham para reverter a situação e, ainda segundo a CCS, o sistema deve estar funcionando normalmente “o mais rápido possível”. Um prazo definitivo, no entanto, não foi repassado pelo órgão.
Fonte: O Alvoradense