O Juiz de Direito Roberto Coutinho Borba, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Alvorada, condenou os policiais militares Jorge Lamotte de Souza, Flavio Souza de Lima e Eder D’Avila de Lima, do 24º Batalhão da Brigada Militar de Alvorada, pelo crime de tortura e morte de Rogerio Vieira da Silva. A pena é de 11 anos e oito meses de reclusão, para cada um dos réus, em regime inicial fechado, e à perda dos cargos públicos.
O crime ocorreu em 13 de fevereiro de 2008, na rua Gregório de Mattos, bairro Pró-Morar, quando os policiais renderam Rogerio, que estava com a prisão preventiva decretada, suspeito de ter matado um policial militar na Comarca de Santa Maria.
Como castigo, eles teriam batido em Rogerio, desferido-lhe diversos chutes, socos e tapas. Ele foi conduzido até o Hospital de Alvorada e, logo após, levado até a Delegacia de Pronto Atendimento. Ao chegarem ao local, vendo o estado em que se encontrava o homem, o delegado determinou o seu retorno ao hospital. Rogerio acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória e morreu. O laudo pericial apontou que a causa da morte foi concussão (perda da consciência de curta duração devido a um traumatismo craniano).
Outros 10 policiais que em julho de 2009 também foram alvo de denúncia pelo Ministério Público acabaram absolvidos.
O juiz também determinou a perda dos cargos públicos e criticou o fato de que, passados mais de seis anos do caso, os réus seguiam em liberdade e no exercício das suas funções. “Um proceder tíbio diante deste drástico contexto, certamente estimulará para que delitos desta magnitude continuem acontecendo na Comarca de Alvorada, a qual, além de sucumbir diante de exorbitantes índices de criminalidade que crescem ano após ano, vê-se iterativamente vitimada por maus procedimentos dos órgãos de segurança pública”, afirmou Borba.
Fonte: O Alvoradensde