Imagem: Poema Visual “O Soneto de Pandora”
Imagem: Poema Visual “O Soneto de Pandora”

Para meus queridos irmãos poetas dedico meu poema visual “O Soneto de Pandora”

“A bondade em palavras cria confiança;
a bondade em pensamento cria profundidade;
a bondade em dádiva cria amor.”

Lao-Tsé

Abro meu baú e compartilho meus tesouros!

*

Miragens

Para meu querido amigo Jose Couto

Entranhado no cerne
o mais febril dos anseios.
Como o rei Artur luta
com a espada Excalibur,
mas não impede a paixão
de Guinevere e Lancelot.

Segue em traçadas miragens
como os passos de Sartre
em direção à Simone de Beauvoir.

Tantas vezes traído.
A fantasia continua adormecida
em seus braços em busca
de súditos transmudados
que alcancem o infinitivo
do verbo querer.

Em Freud faz uma tentativa
vã de traduzir seus sonhos
incompreensíveis e distantes.
No limite com a realidade
depara-se com Dom Quixote
perdido em Dulcinéia.
Alcança os moinhos,
abraça-os em chorosos
suspiros.

Continua o trajeto
em busca da ilusão
transportada pelos
sopros sem voz
ou prerrogativas.

Encontra a parede
nua de suas preces
e sucumbe ao sabor
dos desejos
in sepultos.

Themis Groisman Lopes
*

Alguém

Para José Couto
.
alguém é um espaço em branco
de beatitude

alguém é uma instância prima
entre ali e aqui

alguém é a vera morada
de sua imorredoura flor

alguém é um sopro a fluir
antes do tempo e após

alguém é a metáfora alvura
de sua dadivosa fonte

alguém é um ensaio da Luz
incólume ao nevoeiro

alguém é um porto seguro
à beira da imagem e do nada

alguém é a porção do Vazio
plena de alvorecer

alguém é um poema pulsante
avesso à intenção da palavra

alguém é a eterna obra aberta
de si mesmo

alguém é um caminho único
e os próprios passos
da caminhada.

Gustavo Terra

(28/03/16)

*

invenção a dois: a gentileza*
Ainda sobre o processo criativo e as suas produções textuais, quando nos reportamos sobre o dito anteriormente, relacionado a um provável diálogo entre Rimbaud e Verlaine, experimentemos o seguinte diálogo em que podemos observar, diante da fluidez verbal e organização reflexiva, a gentileza permeando as trocas dialógicas
.
Diz Verlaine:

– Rimbaud, meu poeta adorado, sempre me incentivando e me empurrando pra frente, metaforicamente falando, não é verdade? Meu amigo de sempre, ando muito preguiçoso. A preguiça se espicha pelo meu corpo, adormece as mãos e relaxa os lábios, provocando suaves sorrisos ternos de alegria e satisfação quando sinto o carinho que alguém, desde sempre, como tu, ainda credita e investe em belas palavras que se cravam em meu coração. Gostaria muito de conferir o prestígio que me atribuis, porque estás envolvido com o que mais gosto e que me move, que é a literatura. Coisa que acredito ser a manifestação d’alma e que nos distingue nesse Universo, e que nos capacita a pensarmos, inclusive, sobre nós mesmos. Nossas vivências, propósitos e transitoriedades. Um fazer cujo esmiuçar de entre palavras denominamos como reflexões sobre bases filosóficas. Seria esse princípio conceitual a maneira como deveríamos abordar esse processo? Encantam-me tuas palavras, sinceramente. Debruço-me nessa curiosidade que tenho, pelo tempo de vida percorrido nesse lapso de permanência planetária, na busca dos signos que possibilitem desfazer o véu que cobre os mistérios da amizade e do amor entre os humanos. As sinergias, as sincronias, as intuições e tudo o mais que, como a apertar o peito, mantém-nos intrigados. Repetirei sempre que tenho muito a agradecer pelo tempo, pelo precioso tempo que gastas da tua atenção para comigo. Realmente és um poeta. Um ser de delicadezas, construído pela gentileza das próprias atitudes. Um espírito nobre, talhado pela esperança e pelo encantamento, cultuando, ao mesmo tempo, um inexorável amor próprio. Uma luminosidade pontual cuja incandescência nos abastece quando exaustos. E o fazes através dos vários eventos que emergem de tua poesia. Te afirmo sem medo e sem qualquer receio de ser protagonista de um lugar comum uma palavra que somente a expresso quando significativa: obrigado. Obrigado a ti e a poesia por contatar-me nessa vida, tornando-a plena. És o porta-voz do canal através do qual sou atingido. Desculpe tal extensão, não consigo parar. É como se fosse conduzido, escrevendo sem sentir os dedos segurando a pena em desvario, sem saber o que foi escrito na linha anterior. Chega, paro por aqui. Arrasto a cadeira e levanto. Esse outro que me prende em palavras deve sair agora. Ufa! Consegui. Dirijo-me à sacada e respiro um pouco do ar puro da noite. O cheiro do incenso de sândalo está forte. A dissolução do inesperado me precipita na desolada escuridão, por cujo éter jorra estrelas: matéria-luz que desencadeia as ações primordiais de nossas glórias e fracassos. Fique sempre com meu afeto. Verlaine.

*Carta que recebi do meu querido mestre Alquimera Grazak
*
José Couto, escreve perfumes. Não o leio, aspiro!

Wander Porto

*

fotograma

Pouco trabalho me custaria
juntar palavras
sob a perspectiva das imagens
.
deveria ser apenas alguns versos
a empilhar agradecimentos

depois de pronto
o fotograma se revelou concha
retraindo lembranças
como se a vida fosse apenas papel de parede

reconheci nele
todas as fortalezas
que os anos ergueram em mim

num mosaico de gotas
retidas em estado de ardência
os versos foram se derretando
e nua
me entreguei a correnteza

na intenção do poeta
finalmente eu me reconhecia

Lourença Lou
Para o poeta José Couto com meus agradecimentos.

*

formas e cores de um caminho

ganhei um feixe de imagens
elas foram vindo
– petála a pétala –
com as flores de ipê
nas calçadas da primavera

uma se achegou à orla da íris
outra pendurou-se em minha memória
houve aquela que me deixou invejosa
do colorido de uma infância que não tive

de todas a que mais me olhou
(olhou lá no fundo da vida)
foi a branca solidão de um anjo
como eu, expulso do paraíso

imagens falam
de quem as cria
de quem as carrega
de quem lhes dá vida

este feixe veio cobrir meus sonhos despidos
com a multiplicidade de quem olha além das lentes
e escolhe, passo a passo, o caminho pretendido

Lourença Lou
Para o poeta José Couto, o dono do caminho!

*

Para o poeta Jose Couto, com meu abraço e meu desejo de sempre felicidade.

Renovação

julho chegou segurando
um resto de vento
de um inverno que mal começou

trouxe dias como qualquer outro
trouxe noites de leitura
chocolate quente
e sustos à minha memória

é que em julho
poeta desabrocha risos
poesia aconchega rebentos
que anunciam as primaveras

apesar de todos males
é tempo de renovar a vida

então julho é para o bem

Lourença Lou
*

Pescador de homens

Não é difícil falar de José Couto.
Desafio é falar de os Josés
que arrastam procissões.

Será José de Arimatéia
recolhendo o túmulo
dO Cordeiro Imolado?

Um José da Galiéia
que faria de todos os ventres
O sagrado?

Um José de Drummond
Com teogonia e cavalo preto
(feito a Maria Fumaça)
auscultando Minas Gerais?

Certamente, ainda,
o José da Preta
José do pai
José do filho
José do espírito santo

e – que me perdoem a marida
e o meu marido, também, Santo José –
José, o meu poetamuso!

Leitor por acuidade
pinçador por atração
poeta por excelência
crítico por transbordamento.

Agora, blogueiro
Pela cobertura com firmamento.

Poetamuso!
por remover montanhas
com a fé no próximo
superior a do grão de mostarda

Num dos dezembros do re-Nascimento
fugindo das musas
e dos jardins suspensos…
submersa nos mares de galileias
e açoitada por cruéis ondas poéticas

José que adicionei por afinidade distante
José que eu nunca houvera visto
José com quem tanta gente nem falou

José e Couto
(um sempre ajuda o outro)
lançaram o anzol
arrastando-me pelos cabelos
sem respiração boca a boca.

Desvendou meus olhos
desamordaçou-me
e blasfemou:
“venham! eu vos farei pescador
de homens!”

sobreviva ao suicídio poético
descobri que eu era um grande plural:
o mar inteiro de gentes, flores, pedras e bichos
inclusive, estrelas-do-mar e do reflexo celeste
aclamavam o seu nome:

José Couto!
Era e continua como salva-vidas
da tormenta poética!

Consuelo Pereira Rezende Do Nascimento

*

Uma rota para Atlântida

Para José Couto

O Homem que se conjuga
Atinge-se na porcentagem
Adormecida do cérebro.

Por isso ele vibra.
Do nó na garganta
ao laço no cadarço.

E decanta
do gozo prosaico
o êxtase divino.

O homem que se conjuga
sabe que ser
não se limita a ter.
Por isso esvai-se no mundo.
Preenche-se de si
lêncios.

Joelma Bittencourt

*
Glitter

E agora josé?
Se não sei nem a medida da minha sede
como chover sem causar dilúvio?
Sabes que dos peixes
tenho só o esquecimento e tu te afogas
até em gota de sereno!
Ainda não recuperei o fôlego
de nadar contra corrente
entāo risco a escuridão neste poema
feito estrela-cadente.

Joelma Bittencourt

Para Jose Couto

*

O ponto de vista nunca é visto

o reino da poesia
é feito de pégasos
rocinantes
e cavalos de troia

de narcisos
medusas
e soldados romanos

de pestes
tombadas pelo patrimônio
da boa memória

de rosas dos ventos
rosas atômicas
e rosas

e sobretudo de formigas
de faro aguçado
prontas a transformar
um corpo de poema
prostrado num banquete
que se renova

Joelma Bittencourtrt

Dedicado a Jose Couto e seu olho que tudo lê…

*

Agorafobia

Planejo a viagem
logo o primeiro verso se anima
a angústia da partida é tanta
cismo
que preciso de muitas sacolas
cismo
que devo despachar hipóteses
de toda uma vida

o excesso de peso é irremediável
são minhas quinquilharias
(quem me garante a volta?)
e adio mais um dia

culpa da hora
que nunca chega na hora
em que o poema se arrumou!

Joelma Bittencourt

Dedicado a Jose Couto, que aniversaria hoje.

*

Sorte
.
Temo um laivo de sangue
Tingido pressentimentos
Ardendo quase as agonias
Emudecendo dunas de sal
Temo tanto os caminhos
Sem as guitarras elétricas
Sem as imagens do Couto
Sem suas palavras ilhadas
Em oceanos tempestuosos.
.
Temo crescer nas florestas
Labaredas das desaflições
Em lembranças da bacante,
Nostalgias de Baco e bundas
Temo tanto os caminhos
Lâminas afiadas cortando
Todos os desenhos de mim
Sentires poetando imagens
Deixando rastros de alegrias.

Luiz Alexandre Cruz Ferreira

Para meu querido irmão José Couto.

*

sentires, verdes…
amores lagarteanos
me nascendo asas.

Chris Herrmannn

#haicai #haikai

* Para Jose Couto, porque ele me inspirou com seu vídeo.

*

Sabiás e palmeiras
.
Minhas terras têm doçuras e agruras
Porém só uma me encanta o sabiá…

Há maravilhas coloridas por aqui
Mas aquele verde das palmeiras
É ouro em pó em meus olhos
Marejados deste lado de cá

Lá deixei minhas maiores riquezas
Família, amores, tantos amigos
Belezas que também há por aqui
Contudo, não sem doer isto comigo

Há uma terra que me urge todo dia
Que insiste me ensaiar uma sinfonia
Debaixo das palmeiras, os sabiás
Eles sabem que vivo bem por aqui
E morrendo de saudades de lá
.
Chris Herrmann
.
* Releitura da ´Canção do Exílio´ de Gonçalves Dias, 1847
Para Jose Couto com carinho, pois foi quem me sugeriu o tema.

*

A rede

Para meu irmão poeta José Couto

a rede me navega,
a rede me vigia,
a rede salta o meu muro,
a rede me joga pedra,
a rede me assalta,
a rede me quebra uns galhos,
a rede me cheira o rabo,
a rede me faz café e cafuné,
a rede me segura,
a rede me derruba,
a rede me fia,
a rede de mim desconfia,
a rede me pendura,
a rede me deixa na dependura,
a rede escuta minha conversa,
a rede desconversa,
a rede é mocinha,
a rede é réu confessa,
a rede derrama risos, dores,
a rede alterna dias de bons e de maus humores,
a rede por tantas mãos tecida
é terreno invadido de muitos odores,
a rede é um amor,
a rede é uma peste,
a rede me mima,
a rede me cospe na face,
a rede se desenreda,
a rede se desenrola,
a rede me atira com o peito cheio de ira,
a rede foge sem me prestar socorro
e sem se despedir dos meus punhos.

Carvalho Junior

*

José
o coito ou a cautela,
a cotovia ou o cotovelo,
o agora ou o José,
o caldo ou a cana,
o causo ou a causa,
a soda ou o cáustico?
as coisas todas,
o calor e o abrigo
do abraço amigo
do Couto.

Carvalho Junior

*

ALUCINAÇÕES DE ITINERÁRIO

Para Jose Couto, que gosta de meus sonetos.

Desde antes do começo da viagem
Mostrava a chaminé a face escura
Sombrio apito que o ouvido apura
(Quisesse não viver a outra margem)

Tortuoso trilho em que amantes agem
Mentindo o tempo que a estrada dura
Iludindo no percurso roxo da loucura
O crepúsculo desta tarde na paragem

Por fim, o destino colhido, o desfiladeiro
Injusto das promessas feitas no enquanto
Lança-se nos corpos desenamorados

Não há mais trem, nem trilho, só lembrança
De cada ponta afeita em restos de passado
Quando o itinerário se mostrava inteiro.

Adriane Garcia

*

Louca no sótão

Subo ao sótão do mundo
As escadas são da madeira
Das árvores do mundo
Rangem a dor do mundo

Escondo-me lá por escolha
Todos sabem meu esconderijo
E não se importam, o sótão
É o lugar obscuro
Sem moda ou prece

Alto, lá a Lua não parece a Lua
Dos poetas, parece
O astro iluminado por estrela
E eu com minha luz bruxuleante

Passamos todas as noites do mundo
Longe do cheiro do mundo
Mas com todas as lembranças que assombram
E atormentam os sótãos.

Adriane Garcia Para Luiz Alexandre Cruz Ferreira e Jose Couto, pela companhia.

*

Soneto por não governar um único verso

Dê-me uma estrofe rimada
Deus, eu não sou de sonetos
Mas dê-me a sorte de nada
Haver entre mim e esse acerto

Poema ingovernável que ulcero
Amor, verdadeiro inexprimível
Por terra o caminho que quero
Construo o primeiro dirigível

Que cai do alto penhasco
Péssima que sou de engenharias
Me deixa, essa teima, sem voo

Culpada, no livre, me moo
Quebrada nas asas, me lasco
Meu grito que assim não faria.

Adriane Garcia – para Jose Couto, que vai prefaciar um livro inteiro de sonetos.

*

ó lorde
que nos criaste a libido
mal havia quitado meus barracos
em sodoma e gomorra
ateaste fogo
sem sequer um prévio aviso

baby Lou Beatriz Lourenço

Inspirado em comentário de Jose Couto, a quem dedico…

*

pedra-sabão

escrevo no peito o vento que passa
o sol a vidraça a chuva a neblina
escrevo no peito o doce a cachaça
o queijo a coalhada o mapa de minas

escrevo no peito as ruas estradas
as flores a praça o laço de fita
escrevo no peito a tarde a alvorada
a lua as estrelas as caturritas

escrevo no peito a terra um jazigo
o chão a florada a serra o jardim
escrevo no peito opalas sem fim

a mãe meus irmãos as filhas o amigo
o cheiro os costumes a bruma a brisa
depois eu me abraço e fecho a camisa

Líria Porto

(para o Jose Couto um soneto antigo)

*

cometi um soneto

pedi socorro a hipotenusas e catetos
falei comigo e também com os meus botões
amasso versos sou assim aos borbotões
por insistir em processar alguns sonetos

conversa vai conversa vem eu vou tentar
busco o luar a luz do sol amarro-os bem
ou largo tudo num papel em qualquer trem
trago co’as mãos as ilusões lá de além-mar

batuco os dedos a contar sílabas tortas
e veja só velho camões se não te importas
sempre fui doida e fico mais tenho certeza

falo sozinha a cavoucar rimas avessas
sou assassina criminosa ré confessa
deste soneto atordoada eu me fiz presa

Líria Porto

(outro soneto Jose Couto)

*

Dissipação – para Jose Couto

***
Quando a palavra abarca as coisas
e volátil se inclina para evanescências

Sublima dores
faz acrobacias
e cria orvalhos

Sob as cortinas da ascese
há um mestre a amalgamar sentires

É a redenção da Poesia.
Brinquedos de represar infinitos..

Elke Lubitz

*

LA LUZ DE NUESTRAS VENAS

(Al poeta José Couto, compañero de sueños, amigo nunca esperado por más que imaginado)

Cuando amamos
el resplandor de nuestras alas
alumbra tanto
como las miradas enamoradas
o el corazón de las estrellas,
como si la conjunción
de los sentimientos
fuera como un beso,
la música de la primavera
incendiando espacio y tiempo
para eternizar la mágica
chispa del instante,
como el encanto
en la luz de una rosa
iluminando labios y palabras
y el amor que mueve
la sangre en nuestras venas
hacia el camino de la redención.

Antonio Torres

*

LLAMA ARDIENTE

(Al poeta José Couto, por exactos sesenta motivos)

Cuando si es joven
o se siente el picor
de la sabiduría,
lo que se quiere es amar,
amar como quien ama
con sesenta mil corazones,
la mirada resplandeciente
como el alma
de dioses y estrellas
al ver nuestros sueños
dialogando con las flores
y los pájaros,
como un pez a volar
con las mariposas y colibríes
queriendo alumbrar
los enigmas y misterios
de los mares y jardines,
pues el amor es llama ardiente,
canción que componemos
con los besos
y dolores de los días
para allanar los caminos
hacia el paraíso imposible.

Antonio Torres

*

Jose Couto,uma singela homenagem por seu Dia.
Meu abraço e fraternal carinho.

SÁTRAPA

Um poema solto
envolto na fé
Hoje é dia de Couto
E agora José?

Você que conta o tempo
despetalando os dias,
que é folhas ao vento
a soprar poesia…

Viver é isto mesmo,
escrever ilusão,
ao passo do esmo
no bater do coração.

Bem me quer,
mal me quer…bem
neste contexto
Meus parabéns…

Por que hoje é festa
A poesia celebra
Entrelinhas e entre frestas,
Outra seresta…

Cantemos José!!!

Jose Regi

*

POETA E POESIA

Para o Pai dos Poetas José Couto

PRECISO PALAVRAS INCOMPREENSÍVEIS

PARA COMPREENDER O MUNDO

PARA DESTECER A VIDA

DESTOADA ENCHARCADA AGLUTINADA

DESAFORADAMENTE INALTERADA

 

PRECISO DE UM ESPECTRO QUE SEJA

PARA DIZER UM SIMPLES DESEJA

E ENTÃO OS MEUS ELOS IMPOSSÍVEIS

SERÃO AS ASAS DE UM POEMA

QUE NINGUÉM SAIBA O QUE SINTO

E SE MINTO QUE AS PALAVRAS MASCAREM TUDO

PRECISO SER SEM QUE ME ENCONTREM EM MEU MUNDO

INEXORAVELMENTE PROFUNDO

DE PALAVRAS ESCALAVRAS

PRECISO  UM DIZER COMPLETO

REPLETO DE UTOPIAS E FANTASIAS ESCORRENDO

E NA PRECISA IMPRECISÃO DA POESIA

SEREI INCOMPREENSIVELMENTE BELO

CONCRETO EM ADENDO

PERSIGA-ME QUE CORRO NA VIDA E NO VENTO

ENQUANTO ABRO-ME TODA CHEIRANDO A ÊXTASE E SARCASMO

E SE NÃO ENTENDE SE FAÇA E SE INSTIGUE CUENTRO

QUE EM MIM POUCO IMPORTA SER POETA OU POESIA

ESCREVO SEM  MIM E ME  ADENTRO.

Marta Aguiar