Na manhã desta terça-feira (23), o secretário de Articulação e Apoio aos Municípios, Agostinho Meirelles, esteve reunido com Laura de Andrade, diretora institucional do Colégio Êxito e presidente da ADEPEIA – Associação dos Dirigentes das Escolas Privadas de Alvorada, Carina Koch presidente do Sindicreches e Leticia Mello responsável pelo Comitê do Covid-19 do Sindicreches. Na oportunidade Laura colocou ao secretário os pontos principais para o retorno da educação infantil em bandeira preta. Na sua opinião, embora tenha uma escola autorizada do berçário ao ensino médio, entende que diante do atual contexto da pandemia, em bandeira preta é importantíssimo o retorno desta faixa-etária.
O secretário informou que hoje, às 17h, o governador Eduardo Leite irá sancionar a Lei da essencialidade transformando a educação como serviço essencial. Ainda informou que será necessário outras estratégias jurídicas para que a educação passe a funcionar. “No nosso entendimento, o governador é a favor da abertura da educação tendo em vista todos os argumentos já relatados e cientificamente comprovados que o prejuízo nas crianças e adolescentes, que é o nosso futuro, poderá ser irrecuperável, além disso temos o apoio do nosso prefeito Appolo para retorno da educação infantil, que entendeu o que buscamos e apresentamos a ele,” ressalta Laura de Andrade.
Laura e Carina colocaram ao secretário vários pontos importantes na defesa da abertura da educação infantil refletindo um cenário muito complicado.
Veja os pontos defendidos na reunião
- “99% das empresárias, proprietárias de escola infantil e trabalhadoras do segmento são mulheres, algumas chefes de família. Precisamos pensar nestas trabalhadoras.
- A educação infantil desempenha um papel social nos Municípios, cujo alguns deles não alcançaram as metas do Plano Nacional de Educação, imaginem estas escolas fechando? São várias já fechadas, estas famílias irão pedir no Município que já não consegue atender a demanda antes da pandemia. Laura ainda ressalta a gravidade de Alvorada.
- Foi informado também das escola infantis abertas desde final de outubro até fevereiro, em quase 5 meses de funcionamento não tivemos nenhuma morte de trabalhadoras de escolas infantis, e nenhum surto de covid-19 em escolas.
- Com a volta da cogestão, famílias que já tinham a necessidade de deixar seus filhos em tempo integral na educação infantil para prover seu sustento, necessitam ainda mais.
- Ressaltamos também a questão da clandestinidade, que no caso dos outros níveis de ensino não ocorre, porém na educação infantil é gigantesco. Famílias acabam procurando casas de mães crecheiras para resolverem esta questão e sem protocolos e cuidados a pandemia pode aumentar.
- Uma questão importantíssima colocada por Laura de Andrade foi a questão do vínculo afetivo com as crianças. ‘Voltamos em outubro, fizemos adaptação que é um sofrimento para algumas crianças. Agora fechamos e no retorno elas irão passar novamente por este sofrimento. É desumano ver uma criança sofrer, é desumano nós que os conhecemos e conhecemos cada família tenhamos que passar por isso. Nosso trabalho não é vender mercadoria que eventualmente compram, nós prestamos um serviço com vínculo afetivo e diário, só isto já explica a essencialidade.”
Por fim, Laura de Andrade, apesar de ser Diretora Institucional de uma escola privada do berçário ao ensino médio e de outra filantrópica somente de educação infantil que atende gratuitamente, defende que em bandeira preta, seguindo todos os protocolos e cuidados, que retorne apenas a educação infantil. “Eu defendo e sempre defendi, no momento de bandeira preta o retorno apenas na educação infantil, temos pais e famílias na linha de frente desesperados, temos famílias que conseguiram emprego a pouco e não podem recorrer a nós. Minha preocupação é principalmente com as mulheres, pois elas acabam deixando seus empregos para cuidar dos filhos, dificilmente estamos vendo homens cuidando dos filhos ou ficando desempregados, mas as mulheres estão passando por muita dificuldade principalmente as mais pobres, assim como também as crianças mais pobres. Escola infantil pública e privada precisa ser reconhecida pela sociedade.” conclui Laura.