Foto: Divulgação / OA

Estamos vivendo um momento de privatizações no Rio Grande do Sul e em todo o país. Minha preocupação é com as famílias com baixíssima renda, que vivem em loteamentos ainda irregulares. 

Em meio à pandemia de covid-19, com os altos índices de desemprego e insegurança alimentar, tivemos recentemente um movimento da empresa que comprou a CEEE, junto com a Polícia Civil, conduzindo pessoas com energia irregular para a delegacia. É inadmissível que em situações como essa, as pessoas sejam tratadas como criminosos.

Essa é a posição das empresas privadas, que enxergam a água e a luz como mercadorias, não como direitos essenciais. Em Alvorada, temos aproximadamente 20 mil casas com ligações irregulares. Resultado da vulnerabilidade social e também da falta de interesse do estado em estimular a regularização.

Hoje, um poste padrão da CEEE custa 1.200 reais. O último programa de regularização que tivemos foi o Energia Legal, ainda no governo Tarso. Acompanhei de perto o processo em diversas comunidades aqui de Alvorada, e afirmo que oportunizar o acesso é a chave para garantir qualidade de vida para todos e todas.

Não é só com as áreas irregulares que me preocupo. Qualquer homem ou mulher, chefe de família, entende o quanto as altas tarifas estão pesando no bolso. O quanto é difícil deixar as contas em dia e comprar comida. Não são marginais, nem bandidos. São pais e mães tentando sobreviver ao período mais difícil da história recente do Brasil.

* Tenho feito duras críticas aos péssimos serviços prestados pela CEEE e pela Corsan. São anos de desmonte e falta de investimentos, estratégias dos governos para justificar a privatização. Agora, com a falta de regulamentação do poder público, temo uma onda de cortes, de privação ao direito de água potável e energia elétrica.

Em países como a Argentina, o governo reestatizou as empresas de energia, devido ao crescente número de cortes e o abandono à população mais carente. Precisamos de empresas públicas eficientes, com qualidade e preço justo. Que garantam os direitos básicos ao saneamento e luz, sem distinção de renda e sem opressão.

É isso que defendemos, é por isso que sempre lutamos.

Schumacher

Vereador – Presidente da Câmara de Alvorada