Centenas de servidores presentes na assembleia geral da categoria decidiram paralisar as atividades na próxima terça-feira com o pretexto de pressionar o governo para rever a proposta de reajuste do vale-refeição.
A medida, no entanto, não deve pressionar os vereadores como era o esperado. De acordo com o líder do governo na Câmara, Juliano Marinho (PT), a proposta não entrará na Ordem do Dia para votação enquanto não houver consenso.
“Não há nenhuma possibilidade de mudarmos nossa proposta. São R$ 2 milhões por ano separados para conceder este aumento e esse é o nosso limite”, garante Marinho. “Se o sindicato insistir em não aceitar a proposta, vamos retirar o projeto e deixaremos tudo como está”, avisa o petista.
A possibilidade sugerida por Marinho é cada vez mais forte. A base aliada do governo na Câmara, composta por cinco dos seis partidos da Casa, deve acatar a orientação da prefeitura, que ainda reluta em abandonar a proposta.
Há duas semanas, no entanto, as sessões da Câmara são marcadas por insultos, discussões, brigas e tumultos generalizados. Com um cenário de desgaste para o governo, os vereadores começam a se convencer de que deixar as coisas como estão seja, talvez, a opção mais viável no momento.
Histórico conturbado
A nova diretoria do sindicato dos servidores, que tomou posse em agosto do ano passado, tem demonstrado fôlego para embates com a prefeitura.
Com dois meses de gestão o grupo conseguiu reunir a categoria para um protesto pelo aumento do vale-refeição. Rodinei Rosseto, presidente do sindicato e filiado ao Partido dos Trabalhadores, chegou a ser acusado de ato político na ocasião, já que a manifestação ocorrera às vésperas das eleições e era contra a gestão de João Carlos Brum, do PTB, partido que após a derrota nas eleições se aliou ao PT.
Já no início deste ano o sindicato voltou a demonstrar força ao lotar a galeria da Câmara contra o projeto que alterava as regras das eleições dos diretores de escolas. A base aliada demonstrou unidade ao aprovar a proposta do Executivo.
O vale-refeição, no entanto, voltou à pauta do sindicato quando a atual gestão demonstrou não possuir fôlego financeiro para cumprir o que o ex-prefeito Brum havia definido já no apagar das luzes de seu mandato: um ticket de R$ 14.
Em março a primeira paralisação geral do funcionalismo em anos mostrou novamente a pressão do sindicato. A prefeitura, no entanto, discordou dos números divulgados e do alcance do ato, do qual garante possuir motivação política.
Desde lá um calendário de negociações começou a ocorrer. Ao apresentar a proposta de reajuste, a prefeitura sinalizou, como continua a fazer, de que não haviam mais alternativas.
O sindicato pede os R$ 14 de vale-refeição com desconto de 20% para todos os servidores. Já a prefeitura oferece R$ 11,05 com descontos que variam de 20% a 50% baseado nas faixas de salários.
Enquanto perdura a queda de braço, os alvoradenses enfrentarão na próxima terça-feira mais um dia de postos e escolas fechadas, além de atendimentos parciais nas secretarias municipais.
[poll id=”11″]
Fonte: O Alvoradense