Deflagrada nesta quinta-feira (09) simultaneamente no Rio Grande do Sul e São Paulo, a Operação Kilowatt cumpriu 33 mandatos de busca e apreensão em prédios públicos, empresas e residências, além de oito mandados de prisão temporária e afastamento de cargos públicos, bem como bloqueio de bens e ativos financeiros.
Após um ano de investigações a Polícia Civil constatou superfaturamentos que em alguns casos chegaram a 1000% em licitações da Secretaria Estadual de Obras Públicas (SOP).
A Escola Estadual Professor Oscar Pereira, em Porto Alegre, por exemplo, deveria ter recebido o telhado totalmente reconstruído. Após o fim das obras, no entanto, apenas as beiradas do prédio foram reformadas.
Segundo o delegado Joerberth Pinto Nunes, que coordenou a operação, as investigações iniciaram a partir do repasse de informações do Departamento de Gestão do Conhecimento e Prevenção e Combate à Corrupção (Degecor), vinculado à Secretaria de Segurança Publica (SSP)
O delegado Daniel Mendelski, que também esteve à frente da operação, relata que uma das formas de fraude ocorria através de fiscais que acabavam atestando a realização da obra licitada, levando o poder público a efetuar o pagamento correspondente quando, na verdade, a mesma não havia sido realizada conforme o contratado.
Outro caso citado pelos delegados aponta para uma obra de subestação de energia onde os disjuntores, que custam cerca de R$ 1 mil, foram superfaturados no valor de R$ 10 mil cada. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa, passiva, peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, fraude à licitação e superfaturamento de valores.
Durante a ação de hoje, foram apreendidos diversos documentos, agendas, celulares, duas armas, cerca de U$ 50 mil, e mais de R$ 5 mil. Os documentos apreendidos serão analisados pelos policiais da Delegacia Fazendária.
Também foi efetuada a prisão de nove pessoas, oito em razão de cumprimento de mandados de prisão e uma prisão em flagrante por posse irregular de arma de fogo.
Fonte: O Alvoradense