Pandemia reduz trabalho de motoristas de aplicativos

Queda na renda fez com que muitos trabalhadores parassem por até dois meses

Foto: Arquivo / Jonathas Costa / OA

Na cidade reconhecida como uma das mais violentas do Estado, apesar da queda dos índices nos últimos meses, os motoristas de aplicativos enfrentam também o desafio de trabalhar em Alvorada durante tempos de pandemia.

Com a chegada da Covid-19 há mais um risco a enfrentar, o de falência… O número de chamadas diárias caiu de forma vertiginosa e, nem mesmo o preço da gasolina ameniza a crise.

Motoristas que possuem outras fontes de renda, como Rafael Araújo de Paula, 35 anos, comerciante no bairro Americana, chegou a parar de trabalhar com o aplicativo por até dois meses. Ele, assim como muitos dos seus conhecidos, retornu em junho por acreditar no aquecimento do mercado.

Por outro lado, Paulo Roberto Santos, 55 anos, morador do Passo da Figueira, seguiu trabalhando, apesar da queda de renda. Ele foi um dos primeiros alvoradenses a se inscrever na plataforma Uber, onde trabalha há quatro anos.

Sua meta diária antes do Corona, era de R$ 300,00. Hoje considera bom chegar a R$ 150,00, levando em conta seus clientes fixos, que possibilitaram que seguisse trabalhando.

“Hoje só trabalha quem tem carro próprio ou fez acordo com o proprietário do veículo”, avalia, enquanto admite que atrasou prestações para conseguir sobreviver. Despesas com combustível e alimentação são as que mais pesam no orçamento dos motoristas.

Cuidados em tempo de pandemia

Quanto aos cuidados com a Covid-19, diz que 90% dos passageiros tomam precauções como usar máscara, abrir os vidros, sentar no banco de trás, usar álcool em gel. “Principalmente os jovens são mais distraídos, mas é só chamar a atenção que eles já colocam a máscara”.

Apesar de estar satisfeito com o aumento do efetivo nas ruas de Alvorada, principalmente à noite quando percebe muitas viaturas circulando, Paulo foi assaltado a mão armada na semana em que o sistema prisional liberou diversos detentos por conta do Corona. Ainda assim, não reduziu o ritmo de trabalho.

A expectativa é que, a partir de agora, haja maior circulação de pessoas e o trabalho volte gradativamente à normalidade.