O maior partido de Alvorada, em número de filiados, chega às vésperas da eleição rachado. O PDT tem hoje dois pré-candidatos buscando meios de se viabilizar, enquanto PT, PMDB e PTB aguardam o desenrolar da disputa para definir as alianças.
Valter Slayfer, presidente municipal da sigla, disputa com Geovani Garcia a pré-candidatura. Em março, Valter tinha o apoio de seis dos oito membros da executiva. Tiano Caduri, contudo, se aproximou de Geovani, deixando o placar em cinco a três.
Na última semana, os dois pré-candidatos concederam entrevista ao jornal O Alvoradense. Em comum entre ambos, apenas o sentimento de pressa para resolver o impasse. Na medida em que o tempo passa, cada um dos lados sinaliza caminhos diferentes na composição de alianças, o que tem atrasado definições importantes no cenário eleitoral do município.
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Para Valter, Geovani “não tem legitimidade para negociar em nome do partido”. O PDT ainda compõe o governo Serginho, com três secretarias. O apoio do PT, ou ao PT, contudo, tem visões distintas dentro das duas pré-candidaturas, assim como uma possível aproximação ao PTB. Ambos, no entanto, preferem não detalhar as movimentações.
A base de sustentação do nome de Valter é o diretório do partido, onde mesmo tendo perdido votos, segue com vantagem. Já Geovani diz ter o apoio da maioria dos filiados, dos pré-candidatos à Câmara e maior densidade eleitoral, comprovado por pesquisas realizadas na cidade.
Entre as alternativas defendida por Geovani para escolha do nome estaria, justamente, o voto de todos os filiados. Valter rejeita. “O estatuto não prevê esta possibilidade.”
O racha coloca em compasso de espera outros partidos, que também sinalizam apoios diferentes para cada um dos possíveis candidatos.
Ainda assim, Valter minimiza a possibilidade de intervenção da executiva estadual. “É uma alegação infundada, a estadual não intervém onde a diretoria é composta pelo voto”, analisa.
Geovani também busca uma alternativa, mas alerta: “o presidente estadual tem possibilidade de exonerar quem não se enquadrar no regimento. Não queremos isso, obviamente. Buscamos o entendimento.”
Ainda assim, o impasse parece prevalecer. “Nosso limite de negociação se esgotou”, sentencia Valter, ao dizer que agora aguarda o “cumprimento do prazo legal da convenção”, o que deve ocorrer em 20 de julho. Estarão em disputa 51 votos. Destes, Valter tem hoje 29 e Geovani 22.
Apesar da intensa disputa, ambos esperam que o partido chegue unido na campanha, independente do nome escolhido. Confrontados com a possibilidade de que o outro seja o pré-candidato, os dois foram diplomáticos. “Estaríamos dispostos a colocar uma pedra em cima dessa disputa e ajudar o Valter, caso ele ganhe”, garantiu Geovani. Já Valter assegurou: “Sou presidente do partido, ele estaria representando o PDT e nós queremos vencer, então o Geovani teria meu apoio sim”.
A possibilidade de ceder o espaço, contudo, está fora dos planos de qualquer um.
Fonte: O Alvoradense