A interdependência entre os seres humanos, animais e o meio ambiente é o conceito principal da Saúde Planetária, o que implica em reconhecer que para o primeiro estar bem, os outros também devem estar, devem ser integrados e respeitados com igual importância. Mas como podemos fazer isso sem antes reconhecermos o ser humano como nosso semelhante?
A violência diária das redes sociais demonstra que a sociedade não conseguiu ainda perceber o próximo como parte integrante, o próprio “cancelamento” é uma tentativa de exclusão do outro. A violência física que por vezes acaba em tragédia é outro exemplo de como não conseguimos reconhecer o outro com o direito de existir e pertencer, por isso não dá pra falar em Saúde Planetária sem falarmos sobre acabar com a violência física e verbal.
A diplomacia, muito utilizada entre países, deve ser incorporada nas relações interpessoais no cotidiano, para que ocorra uma mudança profunda e significativa na estrutura da sociedade. Aprender a enxergar além de si mesmo, de ir ao encontro do outro e compreender que tudo está conectado é o primeiro passo para iniciar a transformação que o planeta nos exige. Para a Saúde Planetária se desenvolver precisamos plantar sementes de árvore, empatia e compaixão.
Juliana Girardi é estudante de biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e embaixadora do Projeto da Saúde Planetária da Universidade de São Paulo (USP)
Natural de Porto Alegre, a jovem é moradora do Porto Verde.