Sites recebem denúncias de preconceitos contra nordestinos na web

Desde as 20h da noite de domingo (26), quando começaram a serem divulgados os resultados da eleição para presidente, o número de denúncias de páginas preconceituosas que difundem mensagens de ódio contra parte dos eleitores, como os nordestinos, cresceram 342% em relação ao primeiro turno.

Na avaliação do presidente da ONG Safernet, entidade que monitora violações de direitos humanos na web, há um aumento do número de páginas criados por grupos de extrema direita que se aproveitam do acirramento do debate eleitoral para impulsionar mensagens de ódio. Um dos principais alvos são os moradores do Nordeste, região do país em que a presidenta Dilma Rousseff recebeu o maior volume de votos nas eleições.

“Já temos evidências concretas que nos permitem afirmar que existem células neonazistas se aproveitando do momento para impulsionar mensagens segregacionistas para impulsionar uma agenda baseada em princípios e pospostas segregacionistas como dividir o Norte e o Sul do país”, apontou Thiago Tavares, um dos responsáveis pela ONG.

Tavares alerta que eleitores inconformados com o resultado das urnas devem ficar atentos para não fortalecer nem legitimar o discurso de ódio ao compartilhar mensagens na rede. “Isso é muito perigoso porque a gente sabe quem em meio a essas células neonaiztas existem fanáticos que estão dispostos a se tornar mártires por esse tipo de causa”. Tavares lembra que, de acordo com a lei 7.716/1989, promover o ódio e a discriminação é crime, com pena que vai de 3 a 6 anos de reclusão, além de multa.

Site reúne postagens preconceituosas | Foto: Reprodução
Site reúne postagens preconceituosas | Foto: Reprodução

Como denunciar
O canal de denúncias da Safernet é intergrado à Polícia Federal, que também recebe o alerta e pode investigar o caso. O denunciante não precisa se identificar. Basta acessar o site www.denuncie.org.br e inserir o link com a mensagem criminosa que deseja denunciar. Também é possível encaminhar o caso direito na página da Polícia Federal: www.denuncia.dpf.gov.br.

Fonte: Agência Brasil